São Paulo - “pirraio. come bisnaguinha no metrô. chega a cuspir de felicidade quando a voz anuncia estação brigadeiro.”
Esse texto (assim mesmo, sem letras maiúsculas e com pontuação particular) é um dos mais de 500 microrroteiros inventados pela artista Laura Guimarães, formada em cinema em 2002 pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap).
“Gosto muito desse. Veio de observar uma cena linda no vagão: a mãe com o menininho de 3 anos”, conta.
Sim, observar é profissão para Laura, fonte de inspiração para as histórias que ela passou a pregar por São Paulo em 2009.
“Começou como um exercício mesmo. Logo percebi que eram cenas curtas mas completas no entendimento.”
A artista ainda diagrama e cola cada lambe-lambe, sobretudo em locais áridos e de grande fluxo.
“Defendo a ideia de arte acessível e disponível para quem está no trânsito, esperando no ponto de ônibus ou andando. Ela humaniza o espaço urbano, que vejo como extensão da nossa casa.”
Em 2012, a coisa ficou mais séria, e Laura, agora, ocupa-se da atividade em tempo integral – já participou de ações promovidas pelo Sesc e foi convidada pela última Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em agosto, para uma intervenção na qual incentivava o público a descobrir o próprio olhar da cidade.
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