SOBRE MIM

Sou átomos. Sou moléculas. Sou células. Sou corpo. Sou mente. Sou pensamentos. Sou ideias. Sou lutas. Sou dúvidas. Sou sonhos. Sou sorrisos. Sou olhares. Sou sentimentos. Sou atitudes. Sou um Ser em constante desenvolvimento. Sou um ex-prisioneiro da caverna da alegoria de Platão. Sou aquele que foi à floresta porque queria viver livre, queria viver profundamente e sugar a própria essência da vida. Sou Poesia.

Creio que a Poesia sempre esteve dentro de mim, dentro do meu aparelho cardíaco, porém, percebi isto de forma tardia. Foi num belo dia... Estava eu escrevendo algumas palavras e sofri uma taquicardia. Naquele momento eu senti o poder da palavra. Num primeiro momento achei que estava ficando louco. O que eu havia escrito não existia. O que isso significava? Uma metáfora. Aprendi posteriormente assistindo aos ensinamentos do poeta Pablo Neruda a um humilde carteiro que trabalhava para ele.

Pouco antes disso, também tive um professor nada convencional, John Keating, que sempre falava para eu olhar a vida de uma forma diferente, aproveitando cada minuto dela. Quando lembrei disso, foi então que caiu a ficha. Eu havia descrito aquele outro momento de uma maneira subjetiva, transcendendo o significado literal das palavras, mergulhando elas nos meus sentimentos, pensamentos e criatividade, que estavam dentro de mim, aguardando para serem descobertos, exteriorizados, trazidos ao mundo.

Ao sair da caverna a luz do Sol ofuscou a minha visão e, conforme fui olhando e assimilando as coisas, fiquei inconformado com muitas delas, logo, decidi falar sobre isso. Falei, falei e falei. Não me calei. No entanto, conforme fui conhecendo a realidade, também percebi que existia muita beleza no mundo: a Natureza, o Amor, a Arte, o Conhecimento. Foi então que comecei a absorver tudo isso pelos meus poros e a expelir em forma de traços.

Ao observar o mundo e a capacidade de criação de muitos dos seres humanos, fiz dois amigos: o Autodidatismo e o Polimatismo. Estes que têm me ajudado a desenvolver o meu corpo e a minha mente de uma forma que eu nunca imaginei que seria capaz. Além disso, também conheci o Ceticismo, que sempre me ajuda a pensar de forma crítica e nunca aceitar ideias sem antes analisar a sua veracidade, para que, assim, eu alcance o conhecimento científico.

Para algumas pessoas posso ser um tipo de louco, que só fala e cria coisas sem sentido. Admito que sofro de um neologismo crônico, porém, isto não é algo com que eu deva me preocupar, pois o pior mal que assola o meu Ser é a ignorância. No entanto, com a injeção de doses cavalares de conhecimento na minha mente consigo me tratar. Por isso, sempre carrego consigo seringas de papel e ampolas cheias de Arte, Filosofia, Poesia e muitos outros saberes que servem como antídoto.

O que passa diante dos meus olhos eu fotografo e transcrevo em palavras. Haicai para mim é a arte da concisão. Um momento-imagem. É o outono querendo andar quando há uma folha na sandália, é o que me cai bem quando as epopeias não o fazem. E, felizmente, a Natureza sempre me concede muita inspiração para isso.

Também sou um grande apreciador das Artes Visuais. Por isso, me aventuro nos caminhos da poesia experimental, explorando a metalinguagem e as características visuais e semânticas das formas. É incrível a infinidade de criações possíveis utilizando como base uma letra-palavra e alguns recursos tipográficos e semióticos.

Vivo de forma a relevar minha existência num mundo onde muitas coisas têm se tornado monótonas... Lugares, momentos, pessoas.

Sou Poesia. Sou aquele que foi à floresta porque queria viver livre, queria viver profundamente e sugar a própria essência da vida. Sou um Ser em constante desenvolvimento. Sou um ex-prisioneiro da caverna da alegoria de Platão. Sou atitudes. Sou sentimentos. Sou olhares. Sou sorrisos. Sou sonhos. Sou dúvidas. Sou lutas. Sou ideias. Sou pensamentos. Sou mente. Sou corpo. Sou células. Sou moléculas. Sou átomos.

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Daniel Brito (1993), residente do Grajaú, zona sul da cidade de São Paulo. Estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (FATEC), autodidata, apreciador da Filosofia, da atitude Faça-Você-Mesmo, da Licença Poética e da Literatura e Poesia Marginal.

Por meio de intervenções, zines, stickers etc., divulgo minha Poesia, minha Arte e também conhecimentos adquiridos, sempre com o intuito de estimular uma reflexão nas pessoas. Além disso, também sou o criador dos Aluminions.

Integro o coletivo Sarau do Grajaú, que promove este evento artístico-cultural todo último sábado do mês na zona sul da cidade de São Paulo, e que também gravou o documentário Grajaú em Foco.

No início de 2015 lancei o meu primeiro livro de forma independente: PROTESTIZANDO - BIÊNIO POÉTICO. Além disso, também sou autor (independente) do livro A LER VAZIOS (2016), cujo conteúdo abrange desde experimentações poético-visuais até poemas de forma fixa (soneto e haicai), bem como algumas intersecções.

Para conhecer mais sobre minha pessoa, meus projetos e meus ideais, leiam meus poemas, meus zines, minhas reflexões (e respostas no ESL Discussions) e assista a entrevista que foi gravada pela TV Grajaú, em 2014.