quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

MANUAL DE FILOSOFIA POLÍTICA - RURION MELO FLAMARION CALDEORA

O Manual de Filosofia Política apresenta ao leitor uma visão sobre os momentos mais impactantes da história dessa disciplina, apontando os desdobramentos ainda presentes no debate contemporâneo. Não se trata de mero resumo das principais correntes e pensadores, mas de uma exposição crítica dos recortes mais expressivos dessa história.

Estruturado em doze capítulos, o livro percorre a obra de autores emblemáticos como Cícero, Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Hobbes, Locke, Maquiavel, Marx, Hegel, Weber, Rousseau e Kant. A exposição de temas fundamentais para a formação humanística do leitor (republicanismo, contratualismo, liberalismo clássico e contemporâneo, socialismo, entre outros) contribui para uma compreensão global e participativa das mudanças enfrentadas pelo homem e, consequentemente, pelo mundo em que vive.

Bons estudos!


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

ESPERAR EDITORA É UTÓPICO, DIZ AUTOR RECORDISTA EM LIVROS PUBLICADOS

 
Autor de 1.100 livros, Ryoki Inoue decidiu publicar ele mesmo suas obras.
Para editor, livros independentes têm mercado grande e segmentado.

O escritor mais prolífico do mundo cansou de esperar pelas editoras. Autor de 1.100 títulos e reconhecido em 1993 pelo Guinness como o homem que mais escreveu e publicou livros em todo o planeta, Ryoki Inoue já viu seu nome em obras lançadas pelos maiores grupos editoriais do país, mas se sentiu desvalorizado, desistiu e resolveu publicar ele mesmo suas próximas obras, criando uma empresa para fazer isso de forma independente. “O autor é apenas um ninguém para as editoras”, disse o escritor, em entrevista ao G1.

(Série Como publicar o primeiro livro. A Bienal do Livro do Rio acontece até 11 de setembro e movimenta o mercado literário. O G1 publica nesta semana uma série de reportagens sobre o processo para publicar um livro no país.)

“Cansei de ficar esperando prestações de contas. E também cansei de esperar que essas grandes editoras fizessem alguma coisa do ponto de vista de divulgação e marketing”, disse. Em sua empresa, a Ryoki Inoue Produções, o escritor diz ter um controle maior do processo de publicação, da divulgação, da distribuição (com vendas especialmente pela internet) e do retorno financeiro pelos livros vendidos.

Médico, Inoue mudou de profissão e se tornou escritor nos anos 1980. Ele começou a publicar livros de bolso para leitura rápida, com títulos de westerns e pequenos romances históricos vendidos em bancas de revistas. A necessidade de ter uma renda fixa com este trabalho fez com que desenvolvesse técnica para escrever rápido e conseguir publicar muitas obras (até 12 livros por semana), o que o fez alcançar a marca de recordista mundial. Mais recentemente, ele se tornou autor de obras maiores, como “Saga” (Ed. Globo) e “Fruto do Ventre” (Record), mas não ficou satisfeito com a relação com as editoras.

“As editoras grandes, ditas convencionais, estão preocupadas em investir só em autores de retorno certo. Um principiante dificilmente encontra um lugar ao sol”, disse. Segundo ele, a dificuldade em conseguir falar com os editores é outro motivo que o faz escolher e incentivar a publicação independente. “É mais fácil uma boa relação com uma editora pequena do que com uma grande.”

Além de lançar os livros que ele escreve, a produtora de Inoue passou a investir em lançar livros de outros escritores novos, oferecendo serviços de consultoria, edição e impressão de trabalhos independentes. Segundo ele, publicar por grandes grupos editorias só é vantajoso “se o autor considera como real vantagem a vitrine de livrarias, sim. Mas não é o acontece, na realidade”, disse.

Ele alega ainda que os escritores devem assumir o papel de principais divulgadores e vendedores dos seus próprios livros de forma independente. “Um dentista, para poder trabalhar, tem de investir em seu consultório. Um escritor tem de investir em seu próprio trabalho. Esperar que apareça uma editora que invista em sua obra é bastante utópico.”

Independência total

Um processo semelhante foi seguido pelo professor, jornalista e escritor pernambucano Álvaro Filho. Autor de quatro livros, ele sempre fez todo o trabalho de redação, edição e publicação de forma independente, sem passar por editoras grandes ou pequenas. “Não tive paciência de procurar”, disse, em entrevista ao G1.

Seu projeto mais recente, “Jornalismo para iniciantes”, foi lançado no ano passado. Trata-se de uma ficção que aborda os princípios do trabalho jornalístico. “O livro foi todo concebido por mim, desde o texto, a capa, o contrato com o fotógrafo, o designer para a capa, eu que organizei tudo”, contou. A obra foi impressa em uma gráfica do Recife que garante a inscrição de número de série do livro e do código de barra.

A tiragem inicial foi de mil exemplares, e o custo total foi de R$ 3 mil. Para ele, publicar o livro de forma independente dá mais trabalho, deixa sua casa bagunçada e cheia de caixas, mas “financeiramente, não faz muita diferença, pois quem publica por grandes editoras também não ganha muito dinheiro”, disse. Segundo Álvaro Filho, por mais que o dinheiro não seja o objetivo final da publicação, é um investimento que “sempre se paga”. Ele calcula ter vendido cerca de 500 exemplares por preços em torno de R$ 15, cada (um retorno total de R$ 7.500).


Mercados diferentes

Para Leonardo Simmer, o sócio fundador da editora Multifoco, a vantagem da publicação independente é que ela apela a um mercado diferente do das grandes editoras. Apesar de menor e mais segmentado, este mercado é grande e absorve bem novos escritores. “Edições independentes são interessantes para autores que vendam até 100 ou 200 livros, que as grandes não fazem”, disse, em entrevista ao G1.

A Multifoco é uma editora especializada em publicações de impressões limitadas, ajudando a lançar no mercado esses autores independentes. Enquanto as editoras tradicionais fazem tiragens de no mínimo 3 mil exemplares, mesmo que a vendagem fique em torno de 500, a Multifoco chega a editar livros que vendem apenas 30 exemplares. “Trabalhamos com grande liquidez. Com R$ 16 mil, fazemos 30 títulos diferentes de pequenas tiragens”, explicou. Assim, disse, eles diminuem o risco de perder dinheiro com o lançamento e ainda têm retorno mais rápido de que as editoras que apostam em um único título.

Segundo ele, os projetos chegam pelo e-mail da editora e os autores recebem um retorno em até duas semanas. “É uma avaliação superficial, mas conseguimos ver o que nos interessa. Se gostamos, bancamos a publicação”, disse. “Não custa nada para o autor e ainda fazemos um trabalho profissional de edição, diagramação e distribuição”, disse.
Segundo Simmer, a editora lança uma média de 40 títulos novos por mês, buscando segmentar as publicações em selos variados. “Fazemos uma seleção. Queremos publicar trabalhos feitos com seriedade e bem apresentados, mas não temos critérios tão rigorosos quanto as editoras grandes”, explicou. Segundo ele, a editora também aceita prestar serviços de diagramação e impressão para obras completamente independentes.


terça-feira, 13 de janeiro de 2015

GALERIA MARGINAL #21

Artista: Adolphe Monticelli (1824-1886)







SOCRASTICKER #89

MANHÃ

Nada
é mais estimulante
do que os doces beijos
que partem de lábios
vermelho café.

- Daniel Brito

O APERFEIÇOAMENTO PESSOAL

Um praticante certa vez perguntou a um mestre Zen, que ele considerava muito sábio:
"Quais são os tipos de pessoas que necessitam de aperfeiçoamento pessoal?"

"Pessoas como eu." Comentou o mestre. 

O praticante ficou algo espantado:
"Um mestre como o senhor precisa de aperfeiçoamento?"

"O aperfeiçoamento," respondeu o sábio, "nada mais é do que vestir-se, ou alimentar-se..."

"Mas," replicou o praticante, "fazemos isso sempre! Imaginava que o aperfeiçoamento significasse algo mais profundo para um mestre."

"O que achas que faço todos os dias?" retrucou o mestre. "A cada dia, buscando o aperfeiçoamento, faço com cuidado e honestidade os atos comuns do cotidiano. Nada é mais profundo do que isso."

MAFALDA N°1480

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

PAULO LEMINSKI - ERVILHA DA FANTASIA (1985) - DOCUMENTÁRIO

Documentário para TV, sobre o grande escritor, poeta, tradutor e professor brasileiro Paulo Leminski, realizado em 1985 por Werner Schumann com edição de Eduardo Pioli Alberti e Produção Executiva de Altenir Silva, Willy Schumann e Werner Schumann.

É o mais importante trabalho realizado sobre o poeta, onde ele descreve todo o seu pensamento sobre poesia, cinema, literatura, psicanálise e apresenta a sua obra. Quatro anos depois (7 de junho de 1989) ele viria falecer em Curitiba.

O MITO DA CAVERNA

REAL NATUREZA
ALGUNS OLHOS VEEM SOMBRAS
OUTROS A BELEZA.

CAÓTICO

ROMPI COM A CALMARIA,
DECIDI CORRER RISCOS
NUMA FOLHA VAZIA.

MULTIDÃO

MARÉ DE HUMANOS
FINDA O EXPEDIENTE
TSUNAMI URBANO.

FÓRMULA

NA NATUREZA
NADA SE PERDE OU SE CRIA.
SOU PASSADO, PRESENTE,
FUTURO SEM FORMA DEFINIDA.

O CONHECIMENTO
ME TRANSFORMA,
A IGNORÂNCIA
ME DEFORMA.

SOU UM TIPO DE MATÉRIA
QUE PRIMA SER OBRA,
QUE EVITA SER MASSA BRUTA
DE UMA MINORIA GANANCIOSA.

QUANDO A INSPIRAÇÃO
EM MIM SOBRA,
ABRO A PORTA
PARA ELA TRANSBORDAR
MUNDO AFORA.

CÉLERE

AQUI
E
AGORA

É
OUTRORA.

CIRQUE DU CONGRÈS

SUAS MÁSCARAS CAIRAM
ENQUANTO ELES TENTAVAM
FAZER TODOS DE BOBO.

TOMATES EXPLODIRAM,
AS MENTIRAS SURGIRAM
E O CIRCO PEGOU FOGO.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

'POESIA É UM ESTADO DA ALMA', DIZ FLORISVALDO MATTOS DURANTE A FLICA

Debate foi o primeiro deste sábado (1º), na Festa Literária de Cachoeira.
Com tema 'A Nobreza dos Versos', encontro foi mediado por Jackson Costa.

"A poesia é um estado da alma", disse o poeta e jornalista baiano Florisvaldo Mattos na abertura da oitava mesa da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), no Recôncavo da Bahia, na manhã deste sábado (1º). A frase acima simboliza as sensações que tomaram conta do público durante mais de duas horas de prosa e poesia.  Além de Mattos, o poeta e professor Roberval Pereyr também juntou-se  à mesa e antecipou logo no início que aquele era o momento da arte literária: "Os poetas não cabem nem nas utopias", declarou.

O encontro de poetas foi mediado pelo ator Jackson Costa. Com o desafio de comandar uma sessão de debates intitulada como "A Nobreza dos Versos", o artista intercalou com os convidados o gosto pela poesia e recitou diversas obras de autores brasileiros. Num dos momentos, ele declarou: "A poesia é atemporal". A frase veio de uma pergunta do público que questionava a relação histórica entre o leitor e as obras.

Sobre isso, Florisvaldo Mattos disse que a produção poética exige que o autor "se desprenda do seu poema, porque cada leitor tem a sua interpretação. É uma coisa quase mística, sendo também mítica. A poesia não se perde no tempo. Ela tem que ser construída para que o leitor sempre perceba o seu conteúdo ", revelou sobre o poder que uma produção literária tem de fazer sentido mesmo sendo vista fora do tempo em que foi escrita. Esse feito é possível, segundo Matos, porque "criar é um estado de espírito de alma. A poesia não precisa de definição, precisa ser realizada", atestou.

Sobre a apreciação das obras poéticas, Roberval Pereyr afirmou que a poesia precisa de um público para sobreviver. "Sem leitor, a obra literária não tem existência histórica. É o leitor que dá existência às obras. Nesse sentido, o leitor é um co-criador", definiu. É na relação do leitor com a arte que novos mundos são descobertos. " Os artistas são criadores de mundo. Eu queria que vocês só imaginassem o quão seria despovoada a humanidade se ela não tivesse nenhum poema, nenhum filme, nenhuma coreografia", desafiou.

Também houve espaço para discussão da qualidade da produção artística contemporânea. "Hoje vivemos numa sociedade dominada pelo o que a sociologia da cultura chama de indústria cultural", ponderou Mattos sobre determinadas lógicas de mercado que, para ele, têm empobrecido as artes como produtos pouco diversos e esvaziados de conteúdo. Neste sentido, qual seria o caminho da arte literária? Sobre o questionamento, Mattos respondeu: "A poesia e a arte devem seguir acreditando que estão seguindo num rumo de ideal sem buscar recompensa nenhuma [em termos mercadológicos]", alertou.

Também sobre o questionamento, Pereyr refletiu que todas as obras contam um pouco sobre a relação com o mundo. Neste sentido, a crítica feita à qualidade de determinadas produções não estaria no tema, mas na estética. "O grande problema é o tratamento dado. Não é pela falta de talento, mas pela máquina que existe atrás", disse sobre as exigências de mercado que para ele têm empobrecido a produção cultural.

Sobre os tensionamentos apontados entre arte e mercado, Mattos concluiu que os poetas têm armas para manter a resistência. "O poeta tem que tá armado de modo que as palavras sejam suas balas", concluiu.

POÁ RECEBE NESTE DOMINGO O PROJETO ‘UM POEMA EM CADA ÁRVORE’

Evento comemora o Dia da Árvore e o início da Primavera.
Textos ficarão expostos ao público no entorno da Praça da Bíblia.
(Foto: Marcelo Rocha/Instituto PSIA)

Poá recebe neste domingo (21) a mobilização nacional do projeto “Um poema em cada árvore”. O evento será realizado em 57 cidades no domingo e  segunda-feira (22), e comemora o Dia da Árvore e o início da Primavera.

Quem passar pelo entorno da Praça da Bíblia, no Centro, entre 10h e 17h, além de contemplar a natureza vai encontrar poemas, poesias e outros textos literários pendurados em algumas árvores e livres para apreciação. Uma rede de poetas, educadores, estudantes, agentes culturais e sociais estarão mobilizados por todo País em levar a poesia onde o povo está.

Os textos serão impressos em papel reciclado e os visitantes serão presenteados com sementes de girassol.

Esta é a segunda vez que Poá sedia o evento - a primeira edição foi realizada em 2012. O articulador do projeto na cidade, Magno Oliveira, fala sobre o interesse em trazer o evento para o Alto Tietê. “O meu interesse em trazer o evento para a região pela segunda vez é o fato de entender que os artistas locais, principalmente da área de escrita, necessitam de mais espaços para expor os trabalhos. Entendo a cultura como um elemento fundamental na construção de uma sociedade melhor”.

Os artistas que têm interesse em expor os textos no projeto precisam fazer inscrição. Magno conta que haverá uma pré-seleção das laudas para adequar o espaço. “Vale qualquer tipo de texto literário desde que caiba em uma lauda, para deixar a leitura mais agradável. Os textos precisam ser inscritos e enviados por e-mail até sábado para que sejam pré-selecionados”.

Inicialmente Magno trabalha com a idéia de expor 25 textos, mas o número pode ser ampliado. “No local da exposição existem 13 árvores. Em cada árvore dois textos devem ser expostos, mas como as inscrições ainda estão abertas é possível que esse número seja ampliado”.

O projeto

“Um poema em cada árvore” é uma iniciativa de incentivo à leitura realizada mensalmente desde agosto de 2010 em Governador Valadares, Minas Gerais, pelo Instituto Psia.

O projeto foi idealizado pelo poeta Marcelo Rocha e a principal característica é utilizar as árvores como suporte para a leitura, pendurando poemas de poetas desconhecidos do grande público, ampliar o acesso da população à poesia e colocar o trabalho de poetas contemporâneos em contato com novos públicos.

O projeto “Um poema em cada árvore” foi uma das iniciativas finalistas do Prêmio Vivaleitura edição 2011 e é um dos projetos finalistas do Prêmio Vivaleitura edição 2012, premiação pela OEI (Organização dos Estados Ibero-Americanos).

Participação
Para inscrever os textos os autores devem enviar os arquivos para os e-mails folhetimcultural@hotmail.com ou oliveira_m_silva@hotmail.com até este sábado (20). No corpo da mensagem é necessário que o autor envie o nome, endereço, idade e um mini perfil.

O evento acontece no domingo (21) das 10h às 17h, no entorno da Praça da Bíblia, Avenida Nove de Julho, Centro, Poá.