Copyleft é a melhor maneira de obter lucros na
publicação de conteúdos quando o autor não é tão conhecido como para obter as
receber vantagens do copyright fechado.
O copyleft é um tipo de
licença para documentos que permite a sua reprodução livre e, ao mesmo tempo,
garante ao autor o reconhecimento e prestígio da sua realização. Este tipo de
liberdade na reprodução permite uma difusão tipo "vírus" do documento
e consegue abranger um maior número de leitores.
O que
é copyleft?
A Free Documentation License
(GFDL) ou copyleft forma parte do movimento GNU (Linux, Mozilla...). Apesar de
inicialmente ter surgido para ser aplicada à documentação do software livre,
pode ser também aplicável a qualquer documento escrito, um livro, um artigo,
etc.
Qual
o objeto desta licença?
Simples: A máxima difusão dos
textos permitindo a livre reprodução. Estabelecer claramente o autor original
do texto. Evitar que um conteúdo copyleft seja transferido para copyright
fechado.
Vantagens
do copyleft.
Só uma minoria de autores
conseguem ter um sucesso tão grande que permita tirar vantagens de um copyright
fechado. O resto de autores conseguem viver do prestigio que dão as suas obras
e que lhes permite realizar conferências, cursos, escrever em jornais...
Isto quer dizer que para a
grande maioria de autores, aquilo que é realmente importante para aumentar o
seu prestigio é que a sua obra chegue ao máximo número de leitores. Para um
autor pouco conhecido o copyright supõe uma barreira para chegar até o público.
Nesta situação o copyright fechado só consegue ser um problema e o copyleft uma
vantagem.
Funcionamento do copyleft
Autor:
O copyleft obriga a deixar bem claro no documento reproduzido o autor original, quer colocando o seu nome nalgum lugar, quer inserindo o nome na capa do documento, conforme a importância da reprodução ou o número de cópias realizadas.
O copyleft obriga a deixar bem claro no documento reproduzido o autor original, quer colocando o seu nome nalgum lugar, quer inserindo o nome na capa do documento, conforme a importância da reprodução ou o número de cópias realizadas.
Modificações no documento
original:
No caso de serem realizadas
modificações no documento original o copyleft especifica que deve ficar bem
perceptível qual o conteúdo original e quais as modificações realizadas por um
segundo autor.
Conteúdos copyleft não podem
ser convertidos em conteúdos copyright:
A licença do copyleft também
tenta evitar que uma terceira pessoa tente aplicar um copyright fechado a
conteúdos que provavelmente têm sido copyleft, isto é, os conteúdos livres
sempre vão ter este status.
Um documento criado a partir
das modificações de outro documento com copyleft deve manter a licença
copyleft.
Livre não é a mesma coisa que
grátis:
O facto de um texto ser
copyleft não quer dizer que seja grátis. Se pode receber dinheiro por conteúdos
copyleft e pode fazê-lo não só o autor original como também outra pessoa. O
copyleft simplesmente trata de estabelecer a liberdade de reprodução do
conteúdo. Por outras palavras, se pode vender um documento copyleft, mas quem
compra o documento pode copiá-lo à vontade.
Detectar violações da
licença:
Alguém pode violar a licença tentando mostrar ser o autor de conteúdos copyleft, reproduzindo um artigo sem dizer o nome do autor original. Esta violação á fácil de detectar pois se o falso autor obtiver prestígio e notoriedade será logo caçado. Se não o obtiver, mesmo que não seja caçado, não será motivo de dores de cabeça.
Alguém pode violar a licença tentando mostrar ser o autor de conteúdos copyleft, reproduzindo um artigo sem dizer o nome do autor original. Esta violação á fácil de detectar pois se o falso autor obtiver prestígio e notoriedade será logo caçado. Se não o obtiver, mesmo que não seja caçado, não será motivo de dores de cabeça.
Aspectos legais:
Na realidade, o copyleft é um
tipo de copyright, mas a principal diferença do usual copyright fechado é que é
aberto e permite a livre reprodução com algumas condições. Por esta razão para
um texto seja copyleft deve ter anexo o texto seguinte:
Copyright. Nome do autor. Ano
"Permission
is granted to copy, distribute and/or modify this document under the terms of
the GNU Free documentation License, Version 1.2 or any later version published
by the Free Software Foundation. A copy of the license is included in the
section entitled "GNU Free Documentation License"
No site alzado.org optaram por um texto muito mais claro
e simples que evita a palavra copyright para não provocar confusões.
Copyleft. Alzado 2003
"Permitida la reproducción citando al
autor e incluyendo un enlace al artículo origina" (texto
original em castelhano). Copyleft tem documentação legal que explica o seu
funcionamento e o seu sistema para denunciar violações. Documentação legal do
copyleft em inglês (a única com valor legal). Um caso real: copyleft em
alzado.org
O copyleft tem permitido que
a presença dos artigos de alzado.org na Internet não se limite ao seu site. Ao
menos 15 sites reproduzem artigos de alzado.org, incrementando o público ao
qual chegam os seus autores.
O copyleft também tem
permitido que alguns artigos se incorporem facilmente como material de cursos
nas universidades, intranets de empresas privadas ou outras instituições.
Alguns artigos de alzado.org tem sido traduzidos ao português (o
meu caso), catalão e o euskera (lingua do pais basco). O copyleft facilita as
traduções visto que não é necessário pagar direitos de autor. A tradução, além
de aumentar o público, facilita a presença na internet de línguas minoritárias.
Além de isto tudo, dado que
não se realiza ato ilegal nenhum, aqueles que reproduzem conteúdos costumam
pedir permiso (apesar de não ser necessário). Isto permite a alzado.org estar
informado da repercussão de cada artigo.
A filosofia por detrás do
copyleft
A filosofia do copyleft pode
parecer idealista no contexto atual dominado pelos copyrights fechados. No
entanto, estar ou não de acordo com esta filosofia, não supõe travão nenhum
para perceber de forma clara as suas vantagens práticas, quer estratégicas quer
comerciais.
A ideia por detrás do
copyleft é que o conhecimento como tal não pertence a ninguém. Qualquer
conhecimento vem de outros conhecimentos anteriores e é uma cópia em maior ou
menor grau de outras ideias. Portanto, limitar a cópia não faz sentido e faz
mais difícil a geração de novos conhecimentos.
A função principal da geração
de conhecimento é a de melhorar a sociedade e, portanto deve chegar ao máximo
número de pessoas possível. Banir a sua reprodução significa bloquear o acesso
e discriminar àqueles que por uma ou outra razão não podem aceder a ele.
Existem outras formas de
obter lucros diferentes no copyright fechado e, de facto, a maioria dos autores
quase sempre obtêm os seus verdadeiros lucros de outras fontes. Os únicos que
realmente ganham com esta licença são os autores famosos e aqueles
intermediários: as editoriais.
No formato papel, as
editoriais têm a sua função porque o autor necessita da sua infraestrutura para
difundir as suas obras. No entanto, no meio digital, e sobre tudo na Internet,
um autor pode distribuir a sua obra sem necessidade de intermediários. Por
isso, por um lado o sistema de distribuição das editoriais e por outro, o
elemento em que baseiam-se os seus lucros, o copyright fechado, ficam comprometidos.
A facilidade de cópia nos
meios digitais faz inútil o copyright fechado. Continuamente realizam-se
violações da licença e cópias sem autorização. Dever ser assumido que resulta
impossível evitá-lo e apostar por outro tipo de estratégias.
Na realidade, a cópia não
autorizada prejudica mais aos pequenos autores, não tanto pelos lucros diretos
que se possam obter, porque costumam vender pouco, senão porque dificulta que
tenham prestígio, sendo esta a via real de ganhos. Aos grandes autores, as cópias
feitas sem autorização podem fazer com que ganhem menos dinheiro, mas isto não
lhes afecta como poderia afectar aos pequenos autores.
Em jeito de conclusão, se és um autor sem fãs, se ninguém te pede um autógrafo, usa copyleft, ganhas mais.
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