Artista: Andrew MacCallum (1821-1902)
terça-feira, 30 de agosto de 2016
EVENTO: SARAU NA PADOKA @ PADARIA ALTERNATIVA - 31/08/16
Fazendo uma conexão ZS-ZL para rever algumas pessoas queridas e divulgar a minha arte poética pela cidade cinza.
SARAU DO GRAJAÚ - 27/08/16
Muita poesia e muita beleza solta no ar. O sarau mais bonito de São Paulo em mais uma tão esperada e desejada edição. Desta vez contamos com a presença do talentosíssimo Daniel Silva, lançando o Clip "Pensamentos vêm", do seu primeiro EP. E como não podia faltar, poetas e músicos marcaram presença e fizeram desta noite o maior acontecimento do Grajaú! Salve Grajaú!
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
CONSIDERAÇÕES SOBRE A PALESTRA NA GAMARRA
Este foi o meu segundo bate-papo sobre poesia concreta, onde levei um pouco do que eu aprendi em todas as minhas leituras e estudos sobre esta vertente poética. Desta vez, falei para alguns alunos e alunas da Gamarra, uma instituição de Consultoria Educacional.
Quando deu o meu horário, fui para a sala onde um grupo de jovens me aguardava. Na parede, já visualizei um cartaz com alguns dos meus poemas expostos.
Perguntei se alguém escrevia. Apenas um rapaz levantou a mão. Perguntei se alguém já tinha ouvido falar de poesia concreta. Uma moça levantou a mão e falou que só tinha ouvido falar de "concreto".
Me apresentei e expliquei que poesia concreta parece algo muito complexo, se você for ler os manifestos, teorias e livros sobre o assunto. Mas disse que, no final de tudo, poesia concreta é apenas uma brincadeira com as palavras e as formas, que ela está ao nosso redor, e que só "precisamos olhar as coisas de uma forma diferente" (parafraseando o filme Sociedade dos Poetas Mortos).
Apresentei meus livros, meus zines e deixei passando para eles olharem enquanto eu explicava. Montei uma apresentação com poemas mais lúdicos, porque se eu mostrasse alguns mais "cabeçudos", iria passar a palestra toda explicando 4 ou 5. Abordei rapidamente os primórdios e os fundadores do movimento concretista, logo após, comecei a dar exemplos das diversas experimentações que podemos fazer utilizando formas, letras e palavras.
Alguns olhares mais atentos entendiam rapidamente alguns dos poemas, alguns eu precisei explicar, levantando conceitos como metalinguagem e "verbivocovisual" (a palavra feia que eu brinquei prometendo dar um livro se alguém lembrasse no final. Uma moça até anotou na mão: "verbicovisual", mas, infelizmente, faltou o "vo").
Enfim, depois desta apresentação, espero que alguém tenha absorvido essa visão das diversas formas de se fazer poesia e se sinta inspirado em criar algo neste campo ou até mesmo no da poesia tradicional, versificada.
Também penso que, diferente da primeira vez, no Café Filosófico do CAPS, além da poesia concreta, falei muito mais sobre a minha vivência, pois a retrospectiva que fiz enquanto aguardava, me fez refletir sobre o esforço de todas aquelas mães que, assim como a minha, batalharam para que tivéssemos uma boa educação, que muitas delas não tiveram a oportunidade de ter.
EVENTO: 24ª BIENAL DO LIVRO - 03/09/16
Eu, juntamente com alguns amigos e amigas recebemos o convite da querida Michele Santos para levar os nossos livros para expor no estande da Editora APMC, com o seu "Toda Via,", na 24ª Bienal do Livro, dia 03/09.
Por mais que falemos em trabalho independente, é com este tipo de atitude que fortalecemos a cena poético-literária marginal, construímos nossos laços e criamos nossa poesia. É algo que inspira.
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
ESL DISCUSSIONS - AGE
STUDENT A’s QUESTIONS (Do not show these to student B)
1) Você gosta da idade que tem atualmente?
Com 23 anos nas costas, sim, gosto. Mas creio que existe uma angústia que permeia toda a existência e, no meu caso, seu auge foi na época em que eu estava com os meus 17 anos, e a incerteza em relação a qual curso e instituição eu deveria ingressar no ensino superior, dominava os meus pensamentos. Acho que esta escolha é um marco, e também uma das mais importantes e difíceis na vida de muitas pessoas.
2) Qual é a melhor idade para se estar e por quê?
Penso que não existe um período específico, o importante é a pessoa estar com uma boa saúde física e mental, bem como numa condição social e familiar agradáveis.
3) Qual é a pior idade para se estar e por quê?
Como na resposta acima, penso que não existe tal período. Acho que depende das condições físicas, mentais, familiares e sociais de cada pessoa.
4) Você se preocupa com o seu envelhecimento?
Sim. Para mim, envelhecer significa estar, constantemente, sugando a essência da vida, parafraseando Thoreau. Significa absorver todo o conhecimento que o mundo me oferece e transformá-lo em sabedoria, com a finalidade de me desenvolver mais para viver melhor. Além disso, penso que transmitir estes saberes também é algo essencial, portanto, envelhecer é como trilhar um percurso, onde podemos plantar sementes de sabedoria para que um dia elas germinem e floresçam. Assim, outras pessoas podem colher os frutos e plantar novas árvores, num ciclo contínuo.
5) Você aparenta ter a sua idade?
Segundo minha mãe, eu aparento ter uns 30 anos quando estou com o cabelo grande.
("Potássio, Potássio, Potássio." - KARNAL, Leandro)
6) Você pensa que os cientistas podem reduzir a velocidade do processo de envelhecimento?
No que se refere a questão estética, os avanços da biomedicina têm proporcionado às pessoas de mais idade alguns recursos que possibilitam que elas mantenham uma aparência mais jovial, como cirurgias plásticas, por exemplo. Além disso, existe a criogenia, um campo que pretendo estudar mais profundamente no futuro.
Uma curiosidade em relação a este assunto é um distúrbio genético progressivo - e muito raro - conhecido como progeria, que faz a criança envelhecer rapidamente. Ele não tem cura, mas o tratamento pode ajudar.
7) Por que algumas pessoas aparentam envelhecer mais rápido que outras?
Diversos fatores podem influenciar o processo de envelhecimento (físico-estético) de uma pessoa. Um exemplo de fator ambiental, seria uma exposição constante aos raios solares sem a devida proteção, o que ainda pode provocar doenças como câncer de pele. Além disso, existem fatores genéticos que contribuem para um envelhecimento precoce, como a progeria.
8) Até que idade você gostaria de viver?
Penso que viver muito não faz da existência algo melhor, pois, conforme envelhecemos, diversas limitações começam a recair sobre o nosso corpo, o que nos impossibilita de fazer algumas das coisas que mais gostamos. Portanto, gostaria de viver até uma idade em que eu consiga aproveitar a vida, mesmo com algumas limitações, mas não de forma dependente - principalmente de aparelhos ligados a mim.
(P.S.: Uma questão pertinente para se refletir é a eutanásia.)
9) Existe alguma faixa etária que você não goste no momento?
...
10) Qual é a melhor idade para se casar?
...
STUDENT B’s QUESTIONS (Do not show these to student A)
1) As pessoas respeitam os mais velhos no seu país?
Infelizmente, existe desrespeito em todas as faixas etárias.
2) Como você envelheceu nos últimos dez anos?
Penso que os últimos seis anos, período no qual comecei a me interessar com mais afinco pelo estudo de Filosofia, Poesia, Arte e outros conhecimentos, foram os mais importantes para mim até o momento. Pois foi quando eu comecei a me debruçar sobre questões existenciais e a me engajar em causas sociais, as quais têm me dado uma visão mais otimista do futuro, ao invés da pessimista, de que quanto mais eu envelheço, mais eu me aproximo do fim. Realmente, a morte é iminente, mas é importante lembrar que o que pensamos e fazemos antes dela chegar faz toda a diferença.
3) Você se incomoda de ser perguntado sobre sua idade?
Não.
4) Como você acha que será a sua velhice (ou como é)?
Espero que seja com muita saúde e sabedoria.
5) Você concorda que nunca se é velho demais para aprender algo novo?
Acho que isso depende, pois, a nossa capacidade de aprendizado está diretamente relacionada com as nossas funções cognitivas e psicomotoras. Ou seja, se uma pessoa manteve o corpo e a mente sempre exercitados e saudáveis durante o seu amadurecimento, ela terá maior capacidade para desenvolver novas habilidades quando estiver numa idade mais avançada.
6) Quais problemas existem com o envelhecimento da população?
O meu conhecimento sobre o assunto é um pouco escasso, mas, com base nos meus estudos, percebo que o envelhecimento da população atrelado a baixa taxa de natalidade podem resultar em algumas instabilidades econômicas e sociais, como a falta de mão de obra em determinados setores e também uma “sobrecarga” no sistema previdenciário.
7) O que você menos gosta (mais gosta) sobre estar ficando mais velho?
Menos gosto: Decaimento da capacidade cognitiva e psicomotora.
Mais gosto: Aprender com as vivências.
8) Nossa sociedade é preconceituosa quanto a idade?
No que se refere aos preconceitos existentes na sociedade, a questão da idade não escapa, tanto em relação aos mais jovens para com os mais velhos e vice-versa.
9) Você gostaria de voltar no tempo?
Essa questão para quem é um apreciador de Física e Filosofia é algo extremamente complexo, requer uma reflexão profunda e pode resultar em nenhuma conclusão. Mas ela me faz lembrar da série de filmes “Back To The Future” e “The Butterfly Effect”, também do "Interstellar".
10) Você aguarda os seus aniversários?
Não. E também não sinto a obrigação de festejá-lo todo ano, como diz o protocolo social. Para mim, é uma data especial, sim, mas, no meu caso, gosto de refletir sobre a minha trajetória até o momento.
* * *
Como recomendação de filmes interessantes para assistir, que estão relacionados com o tema indico: “The Curious Case of Benjamin Button” e “In Time”.
Para complementar, um texto que o Leandro Karnal publicou (04/09/16) na sua coluna do Estadão: As corujas invisíveis do crepúsculo.
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