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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

CONVERGÊNCIAS: POESIA CONCRETA E TROPICALISMO - LÚCIA SANTAELLA

Excertos que eu julguei serem importantes para certo entendimento da poética concretista e marginal:

“Ser escritor, no Brasil, já é difícil. Ser poeta, uma obstinação tão sem remédio e sem compensações, que só mesmo acreditando, como Fernando Pessoa, cumprir informes instruções do Além. De qualquer modo, ser poeta para mim é inelutável. A flor flore. A aranha tece. O uirapuru, no fundo da floresta, toca uma vez por ano a sua flauta, para ninguém. O poeta poeta. Quer o vejam, quer não, ele pulsa. O pulsar quase mudo.” - Augusto de Campos

“... na poesia concreta ocorre a atomização vocabular.”

“... os impressionistas beneficiaram-se sobremaneira dos avanços da química e da física, que provocaram um obstinado e rigoroso trato com a materialidade das tintas, a fim de obtenção de novas gamas e tonalidades.”

“... do mesmo modo que o jornal não é uma sucessão de texto mais ilustração, mas uma nova forma a exigir a ginástica do olho. Se o livro exigia um ritual de leitura assentado num silêncio quase sacro, o jornal vem despido da “aura” quer pelo baixo custo, que pelo formato e pela mobilidade oferecida pelo seu quadro visual: a superfície plana da página desdobra-se num mosaico de pontos de vista a exigir uma nova dinâmica ocular.”

“É por essas razões que nos recusamos, já de saída, a catalogar poesia concreta no âmbito restrito das práticas da linguagem erudita em oposição ao Tropicalismo, este, no âmbito estrito do popular. Ao contrário, ambos operam e partem de uma mesma esfera: a arte. A diferença se dá nos meios técnicos de produção e difusão disponíveis nas áreas em que cada uma dessas criações opera. Errôneo, portanto, afirmar que a poesia concreta, “de per si”, se fecha no casulo dos poucos privilegiados que têm acesso aos estratos literários da cultura, enquanto a música popular, por sua própria natureza, se abre para a margem mais ampla das massas.”

“A poesia concreta do tipo ortodoxo, como foi praticada nos anos 50, constitui apenas uma parte do nosso trabalho... Os poemas nunca serão deduzidos de uma teoria e sim esta deles. A teoria vem sempre depois, para ordenar o caos e projetar um caminho.”

“Tarefa do poeta concreto será a criação de formas, a produção de estruturas-conteúdos artísticas cujo material é a palavra.” - Haroldo de Campos

“O poeta é um designer da linguagem.” - Décio Pignatari

“Mas é Augusto de Campos que poderá, na conjugação de Maiakóvski, dizer-nos porque isso ocorre: “A poesia toda é uma viagem ao desconhecido. Com ou sem palavras, não faz por menos. E não há etiqueta, mordaça ou camisa-de-força que impeça o poeta de partir.”

“Não há mudanças nos conteúdos de uma linguagem sem a revolução nos modos de formar, estruturar essa linguagem. Contudo, revoluções na estrutura de uma linguagem só se consumam substancialmente, isto é, no limite, quando são transformados os meios de produção dessa linguagem. É em razão disso que, para Benjamin, a tarefa do artista não é apenas a de fazer uso crítico-ativo dos novos meios técnicos de produção da linguagem, mas também a de transformar os modos de produção artística mais antigos.”

“É certo que os poemas concretos apresentam um caráter de comunicação direta, breve, que incide sobre a sincronização dos sentidos e que impede a dissipação do ato receptivo em voos subjetivos imaginosos que levariam o receptor para longe do universo poemático. No entanto, esses poemas criam também a exigência irrecusável de uma modificação nos comportamentos da leitura, consensualmente tidos como literários. O choque, a necessidade de mudanças nos hábitos arraigados de leitura produz, leva ao distanciamento, ao mesmo tempo que os poemas como corpos sígnicos-sensíveis apelam para uma aproximação lúdico-sensória. Este entrechoque gera no receptor, em primeira instância, a impressão de ininteligibilidade do poema. Ironicamente, essa impressão é gerada justo porque esses poemas não são feitos para serem inteligidos no sentido estritamente racional do termo ou no sentido do devaneio vaporoso travestido de racionalidade. São feitos entre outras coisas, para a regeneração da sensibilidade perceptiva, para tornar mais humanos os sentidos humanos. (Questão a que as outras artes - visuais ou musicais - também não estão alheias e que, aliás, não passou despercebida a Marx).”

“A expansão da indústria de best-sellers entorpecentes e do livro de entretenimento ou de receituário do bom-viver se viu e se vê acompanhada pelo encolhimento da oferta e demanda de poesia. Diante desse quadro, “não parece absurdo afirmar”, conforme nos diz G.E. Carneiro, que, “em matéria de oferta editorial, toda poesia brasileira contemporânea é marginal.”

“Não apenas, desde o início de sua produção, os poetas concretos não ignoraram, mas até hoje continuam alertas à necessidade histórica de transformação dos meios e modos de facção da poesia e da apropriação dos novos recursos materiais e técnicos que determinam a natureza desse fazer, assim como dos modelos de linguagem e sensibilidade que, nesse fazer, se consubstanciam.”


terça-feira, 4 de outubro de 2016

PSIQUE - RELAÇÕES VIRTUAIS (EDIÇÃO 120)

Matéria de Capa:

- Amores tecnológicos - Entenda as razões que levam cada vez mais pessoas a fazerem uso dos aplicativos de relacionamentos na tentativa de combater a solidão


Reportagens:

- Emoção e aprendizagem - O equilíbrio emocional da criança é primordial para seu desenvolvimento saudável. Uma ruptura familiar exige reflexões paternas ponderadas acerca do bem-estar mental dos filhos

- Experiências também são herdadas - Os horrores de uma guerra, assim como outras experiências impactantes, podem causar modificações genéticas possivelmente transmitidas às futuras gerações

- Pluralidade on-line - Não é novidade que a traição em um relacionamento amoroso, infelizmente, está presente no repertório humano há muito tempo. Mas de que forma esse fenômeno se encontra circunscrito na Ciberpsicologia?

- Quem falou em sexo frágil? - A presença da mulher no mercado de trabalho reflete o atual cenário social, cultural e empresarial: uma ocupação cada vez maior e significativa da força e da lide rança femininas


Entrevista:

- Não existe uma pílula para cada problema da vida - Líder da equipe que elaborou o manual usado ao redor do mundo para diagnosticar transtornos neurológios (DSM-IV), o psiquiatra americano Allen Frances questiona o que chama de "epidemia de TDAH"

HAMLET - WILLIAM SHAKESPEARE

Desde muito novo sempre ouvi falar de William Shakespeare e suas obras, consideradas verdadeiras obras-primas pela crítica literária mundial. Admito que, mesmo tendo tal conhecimento, nunca tive um grande interesse em ler livros como Hamlet, por exemplo. Isso até eu assistir o vídeo “Hamlet é o anti-facebook”, no qual o Leandro Karnal destrincha a história e levanta diversas questões para serem refletidas, o que me despertou um imenso interesse em saber o que havia de tão grandioso nas páginas deste livro para ele gostar tanto dele. Comprei, li e admito que fiquei fascinado pela história, tanto que também decidi comprar a versão com o texto original, em inglês.

É interessante que esse vídeo também me lembrou do filme Sociedade dos Poetas Mortos, quando o professor John Keating (Robin Williams) fala para seus alunos que eles iriam começar a estudar a literatura de Shakespeare, e todos torcem o nariz. No entanto, Keating explica que Shakespeare pode não ser aquela chatice que todos eles tinham em mente, e, utilizando uma didática diferente, apresenta uma releitura dos textos, o que deixa todos eles completamente encantados.





sexta-feira, 9 de setembro de 2016

WILLIAM SHAKESPEARE E STEPHEN HAWKING

Excerto do livro Hamlet, de William Shakespeare, que inspirou o físico-teórico Stephen Hawking a intitular o seu livro de "O Universo Numa Casca de Noz".

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

CANTO GERAL - PABLO NERUDA

“CANTO GERAL foi elaborado em circunstâncias adversas, quando Neruda, perseguido, foi obrigado a transpor os Andes e refugiar-se no estrangeiro. Nasceu com a indelével marca do sofrimento.

Testemunha um grande amor ao Chile e ao seu povo, e, por extensão, a todos os povos latino-americanos, frequentes vítimas do despotismo. É um livro de combate e de ternura.

CANTO Geral é uma história marginal da América.”

* * *

Sem dúvidas, este foi um dos livros de poesia mais robustos que eu já li (602 páginas), e não só isso, é também um dos mais profundos. Confesso que em algumas partes da história, com o uso recorrente de suas metáforas, Neruda me deixou completamente perplexo. Senti que me faltou um conhecimento histórico para poder absorver melhor a mensagem que ele estava passando em seus versos. Isso me fez lembrar de uma frase do ilustre Ezra Pound:

“Os homens só podem compreender um livro profundo, depois de terem vivido, pelo menos, uma parte daquilo que ele contém.”

Enfim, esta foi somente a primeira vez que li CANTO GERAL. Certamente, depois de muito estudo e dedicação, quando eu lê-lo novamente no futuro, eu consiga compreender melhor as palavras do grande Pablo Neruda.

Durante a leitura, selecionei algumas das passagens mais significativas para mim:

CAPÍTULO X - O FUGITIVO

A todos, a vós,
os silenciosos seres da noite
que tomaram a minha mão nas trevas, a vós,
lâmpadas
da luz imortal, linhas de estrela,
pão das vidas, irmãos secretos,
a todos, a vós,
digo: não há obrigado,
nada poderá encher as taças da pureza,
nada pode
conter todo o sol nas bandeiras
da primavera invencível
como vossas caladas dignidades.
Somente
penso
que fui talvez digno de tanta
singeleza, de flor tão pura,
por eu ser vós talvez, isso mesmo,
essa migalha de terra, farinha e canto,
essa massa natural que sabe
de onde sai e onde fica.
Não sou um sino de tão longe,
nem um cristal enterrado tão profundo
que não possas decifrar, sou apenas
povo, porta escondida, pão escuro,
e quando me recebes, recebes
a ti mesmo, a esse hóspede
tantas vezes batido
e tantas vezes
renascido.
A tudo, a todos,
a quantos não conheço, a quantos nunca
ouviram este nome, aos que vivem
ao largo de nossos grandes rios,
ao pé dos vulcões, à sombra
sulfúrica do cobre, a pescadores e labregos,
a índios azuis na margem
de lagos cintilantes como vidros,
ao sapateiro que a esta hora interroga
pregando o couro com antigas mãos,
a ti, ao que sem saber me esperou,
eu pertenço e reconheço e canto.

* * *

CAPÍTULO XII - OS RIOS DO CANTO

II - A RAFAEL ALBERTI (Porto de Santa Maria, Espanha)

A inveja que abre a porta nos seres
Não pôde abrir a tua porta nem a minha.

(Rafael Alberti foi um poeta espanhol, membro da “Geração de 27”, amigo de Neruda)

* * *

CAPÍTULO XV - EU SOU

XX - A GRANDE ALEGRIA

A sombra que indaguei já não me pertence.
Eu tenho a alegria duradoura do mastro,
a herança dos bosques, o vento do caminho
e um dia decido sob a luz terrestre.

Não escrevo para que outros livros me aprisionem,
nem para encarniçados habitantes que pedem
água e lua, elementos da ordem imutável,
escolas, pão e vinho, guitarras e ferramentas.
Escrevo para o povo ainda que ele não possa
ler a minha poesia com seus olhos rurais.

Virá o instante em que uma linha, a aragem
que removeu a minha vida, chegará aos seus ouvidos,
e então o labrego levantará os olhos,
o mineiro sorrirá quebrando pedras,
o caldeireiro limpará a fronte,
o pescador verá melhor o brilho
dum peixe que palpitando lhe queimará as mãos,
o mecânico, limpo, recém-lavado, cheio
do aroma do sabão, olhará meus poemas,
e talvez eles dirão: “Foi um camarada.”

Isso é bastante, essa é a coroa que quero.

Quero que à saída da fábrica e das minas
esteja a minha poesia aderida à terra,
ao ar, à vitória do homem maltratado.
Quero que um jovem ache na dureza
que construí, com lentidão e com metais,
como uma caixa, abrindo-a, cara a cara, a vida,
minha alegria, nas alturas tempestuosas.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

INFORMÁTICA PARA CONCURSOS PÚBLICOS - MARCIO ROBERTO MIRANDA ASSIS

Aborda temas interessantes, alguns que eu não conhecia, no entanto, de maneira resumida e genérica. Quem quiser se aprofundar em determinado assunto tem que ler outros livros mais específicos.

[Mas, no meu caso, vou ler uma antologia poética do mestre Neruda.]

* * *

A evolução tecnológica tem transformado as relações de trabalho tradicionais e criado um novo modelo em que as transações são realizadas, sobretudo através da troca de dados digitais com auxílio de computadores. Diante disto, muitas instituições dos mais diversos fins estão se informatizando e abrindo as portas para profissionais capacitados neste novo modelo de trabalho. As instituições públicas brasileiras também vêm se modernizando e ofertando um número crescente de cargos relacionados à área de informática e às áreas afins para suprir a demanda gerada.

Em razão do aumento da oferta de cargos públicos e da crescente demanda de candidatos, os editais dos concursos para esses cargos vêm cobrando o conhecimento de mais e mais tópicos pelos candidatos, que vão desde a informática básica até as disciplinas relacionadas às novas abordagens de desenvolvimento de sistemas. E essa variedade de temas em um mesmo edital gera um problema comum para candidatos iniciantes e veteranos: a dificuldade de obter material consistente e unificado que possa ser usado como um guia de estudo diversificado e que aborde as principais disciplinas presentes nos editais.

Este livro apresenta as disciplinas mais comuns exigidas em concursos públicos voltados à área de informática nos últimos cinco anos, e pretende ser um guia de estudo completo, expondo essas disciplinas de forma ordenada e trazendo também recomendações de leituras complementares nas quais o livro foi baseado e um conjunto de exercícios para fixação do conteúdo.

O livro tem o objetivo de:

- Apresentar de forma organizada e didática as disciplinas mais comuns exigidas nos concursos públicos na área de informática nos últimos cinco anos.

- Capacitar o candidato nos assuntos expostos, preparando-o para responder às perguntas de nível básico e intermediário dos concursos públicos das áreas relacionadas.

- Oferecer um conjunto de exercícios atualizados nas disciplinas de TI, desenvolvimento de software, banco de dados e assuntos correlacionados.

- Servir como um guia de estudo.

- Apresentar um conjunto de referências selecionadas para aprofundamento nos tópicos contidos no livro.


segunda-feira, 13 de junho de 2016

REVER - AUGUSTO DE CAMPOS (EXPOSIÇÃO @ SESC POMPÉIA)

Está em exposição, no SESC Pompéia, algumas das obras de um dos precursores do Concretismo, Augusto de Campos. Eu ainda não consegui ir para prestigiar, mas meu amigo me trouxe este livro que está sendo distribuído para o público. Nele existem alguns poemas, o Manifesto Concretista e algumas declarações de outros artistas sobre este grande poeta.


quinta-feira, 9 de junho de 2016

TODA VIA, - MICHELE SANTOS

"Toda via," é o primeiro livro da Michele Santos que, assim como muitas outras artistas e guerreiras independentes, é uma voz que (r)existe na periferia.

"Se eu fizesse poesia
Escreveria pássaros

Poemas são todos
Tentativas de voo"

terça-feira, 7 de junho de 2016

ESCRITÓRIO DE PENSAMENTOS - MANO RIL

Escritório de Pensamentos é o primeiro livro do Mano Ril, um pensador, filósofo da quebrada. A obra é composta por diversos contos e poemas sobre o cotidiano na periferia. São histórias tristes, felizes e de resistência.

Posso garantir que, assim como o Jefferson Santana, depois desta leitura, também me tornei mais pensador.

"Escrevo para me sentir melhor, e talvez faça outro alguém melhor também. Quando decidi publicar o Escritório de Pensamentos queria ele todo regrado com índice e capítulos, mas qual pensamento é assim? Esse pensar não está relacionado a grandes teorias que mudará o mundo, talvez mude apenas 1, o meu. E se você sentir, que mude o seu mundo. Até aqui tem um mundo sendo modificado, não é em todas as esquinas que encontramos um favelado que ouse publicar um livro com espaços para demonstrar amor além dos sentimentos de revolta e ódio. Simples, direto e reto. Assim é este livro, distanciando-se da busca da genialidade querendo somente ser compreendido nos extremos de cada um que folhear estes pensamentos. Então, bem-vindo a esta bagunça que são meus pensamentos."

segunda-feira, 6 de junho de 2016

EU ME CHAMO ANTÔNIO - PEDRO GABRIEL

Gosto muito desses poetas que - com criatividade - transformam frases populares em poemas. E os dois livros do Pedro Gabriel (Eu me chamo Antônio e Segundo - Eu me chamo Antônio) fazem exatamente isso. Além do mais, a sua caligrafia e as ilustrações que ele rabisca nos guardanapos são uma obra a parte.


Você pode comprar as obras e/ou pode baixar e ler a primeira obra completa neste site: 

sexta-feira, 3 de junho de 2016

SUSPENSIVOS - BOBBY BAQ

Ontem, na banquinha do Sobrenome Liberdade, adquiri e devorei - na mesma noite - o livro Suspensivos do Bobby Baq.

Curti sua poesia assim, de cara, quando li o primeiro capítulo do livro O ano em que as coisas falaram. Seus poemas são curtos, mas não rasos; são profundos, cheios de sacadas e afins. Apesar da obra caber na palma da mão, para absorver algumas ideias é preciso de um tempo que - talvez - seria necessário para ler um capítulo inteiro d'outro livro qualquer...

quinta-feira, 2 de junho de 2016

O UNIVERSO PARALELO DOS ZINES - MÁRCIO SNO

O meu contato com o Márcio Sno se deu por conta do meu zine PROTESTIZANDO #5...

Lembro que estava fazendo a divulgação dele nos saraus e minha amiga Janaína pegou uma cópia, esta que foi acabar parando nas mãos dele (depois dei outra cópia para ela). Algum tempo depois, ele escreveu um breve texto no Facebook, apresentando o meu trabalho e tudo mais. Esta minha amiga viu e me marcou na publicação. Nasceu uma amizade.

Assim como ele, que foi atrás dos meus outros trabalhos - visto que é um fanático por zines - eu também comecei a pesquisar sobre os seus trampos, e, devo admitir, fiquei maravilhado com o seu conhecimento sobre a cena cultural underground.

O cara já teve contato com milhares de zines, produziu uma série de documentários (a trilogia: Fanzineiros do Século Passado), promove oficinas, palestras e está sempre engajado em projetos que visam levar o conhecimento sobre zines para o máximo de pessoas possível. Além disso tudo, recentemente, adquiri um dos seus trampos, o livro O Universo Paralelo dos Zines, de uma qualidade gráfica e de conteúdo grandiosíssimas.

Me identifiquei muito com as histórias vividas por ele e com muitas das ideias e citações que preenchem as páginas. Senti que, depois da leitura, eu deveria percorrer e discorrer sobre alguns capítulos e tópicos, para complementar as ideias que tenho sobre ZINES, e também para deixar os leitores com vontade de adquirir e ler a obra completa.



LIVRO: O UNIVERSO PARALELO DOS ZINES

No decorrer da leitura, percebe-se que o Márcio fez uma sondagem profunda no que se refere à cena cultural underground, não só do Brasil, mas do mundo todo. A lista de referências é bem vasta.


Das primeiras citações:

“Faça você mesmo, faça pra entender, crie um mundo novo.” – Redson Pozzi

“People create zines to scream out “I exist”.” – Stephen Duncombore

“Enquanto houver rebeldia, transgressão, vontade de mudança, vontade de transformação, vai ter fanzineiro no mundo.” – Elydio dos Santos


Na INTRODUÇÃO, além dele explicar como foi o seu contato com os zines, há um parágrafo com uma citação que eu muito me identifiquei, visto que as ideias abordadas nele foram a base para eu começar a escrever zines e, posteriormente, lançar um LIVRO.

“Escreva um livro. Lance seu próprio disco. Comece a sua rádio, faça seu show, fanzine, coletivo, banda, loja, restaurante, selo, distribuidora... E faça com que o mundo conheça o que você pensa. Pare de se queixar.” – Jim Filth


> ABZ – DICIONÁRIO DO ZINE:

Muito informativo! Há muitos conceitos que eu não conhecia e muitos outros que sempre li e ouvi, mas não sabia o significado.


> ESSE TAL DE ZINE – CONTEXTO HISTÓRICO

“Zines são a antítese da grande mídia.” – Stephen Duncombore

Capítulo muito importante para entender o conceito de (fan)zine e as suas primeiras aparições no Brasil e “around the world”.


> COMO QUE É O NEGÓCIO

Capítulo que explica algumas das características do zine (valor, formato), das pessoas que o fazem (zineiros) e onde fazem (underground). Ainda aborda algumas questões sobre o conteúdo, vantagens e o porquê muitos zines acabam.



> VOLTANDO UM POUCO NO TEMPO

Os primórdios dos zines no mundo e as suas temáticas (músicas, HQs etc). Vale ressaltar que, diferente de hoje, que temos toda a informação numa página da internet, naquela época o esquema era trocar - por correio - fitas cassete, CDs, zines, flyers - e afins - para fazer a informação circular... Era a chamada “rede social analógica”.


> CENÁRIO ATUAL

Com a revolução tecnológica, surgiram adventos como a internet e impressoras superpoderosas que otimizaram o trabalho dos zineiros. Logo, neste capítulo, ele fala um pouco sobre isso e sobre os caminhos seguidos pelos zineiros, pois cada um tem um gosto diferente para confeccionar suas obras, podendo ser físicas e/ou virtuais.



> ZINE VISTO COM OUTROS OLHOS

Neste capítulo, aborda-se a questão do zine como um meio de publicação que, apesar da simplicidade, faz parte do processo de registro da nossa história, e devem ser tratados com maior credibilidade, visto que poderão ser objetos de estudo para as gerações posteriores. Por isso, é levantado um esquema para criação de zinetecas e catalogação das obras - que tem seus prós e contras, devido a algumas dificuldades.

Aqui também é levantado um assunto muito lindo, o de usar o zine como ferramenta pedagógica. O que pretendo fazer futuramente, quando surgir alguma oportunidade.

“É preciso por outro lado e, sobretudo, que o educando vá assumindo o papel de sujeito da produção de sua inteligência do mundo e não apenas o de recebedor da que lhe seja transferida pelo professor.” – Paulo Freire


> COMEÇANDO A PRODUZIR

Além das técnicas que eu já conhecia, aprendi muitas outras. Irei experimentá-las nas futuras edições do meu zine.



Concluindo, a leitura deste livro foi muito agregadora. Recomendo!

A obra pode ser adquirida com o próprio autor ou no site da Ugra Press. Procurem saber!

terça-feira, 17 de maio de 2016

OS CRIMES ABC - AGATHA CHRISTIE

Hoje, terminei de ler o livro Os Crimes ABC... E, confesso que fazia um bom tempo que não lia um romance policial, então, nada melhor do que retornar a esta prática lendo alguns dos escritos da prodigiosa Agatha Christie.

Nesta obra, achei incrível como ela desenrolou a história e fez com que o desfecho culminasse numa grande reviravolta.

"O livro narra uma estranha série de assassinatos ocorridos em ordem alfabética. As vítimas são pessoas cujas letras iniciais de seus nomes coincidem com as letras iniciais das localidades onde moram. Por exemplo, a primeira vítima é Alice Ascher, de Andover. Além disso, o assassino avisa o local dos crimes nas cartas que ele manda para Poirot assinadas de "ABC" e deixa ao lado de cada corpo o guia ferroviário ABC. Aparentemente, as mortes são aleatórias, pois nada parece indicar que exista ligação entre as vítimas. Porém, Poirot, com a ajuda de seus amigos, mostra que não é bem assim."


Você pode ler o livro em PDF ou também pode adquirir a obra física no site Estante Virtual por um preço bastante acessível.

terça-feira, 26 de abril de 2016

LEITURAS 2016 (ATÉ O MOMENTO)

Alguns dos livros e revistas que eu li desde o começo do ano até o momento:

> Psique: O bom de ser curioso (Edição 115).

> Cult: Hannah Arendt - Uma voz contemporânea (Edição 208).

> Pai Rico, Pai Pobre (Robert Kiyosaki e Sharon Lechter): Advoga a busca pela independência financeira através de investimento, imóveis, ter seu próprio negócio e o uso de táticas financeiras de proteção do patrimônio.

(Presente da minha mãe para eu trabalhar a minha inteligência financeira. Apesar de não ser meu estilo de leitura favorito, deu para tirar alguma coisinha.)

> Profissão Andarilho (Bruno Peron): Primeiro livro de poesia do meu amigo Bruno Peron.

> My Brief History (Stephen Hawking): Livro biográfico do físico-teórico Stephen Hawking.

> Uma Breve História do Tempo (Stephen Hawking): Primeiro livro do Stephen Hawking, onde ele explana sobre algumas das principais teorias do mundo da física.

> Scientific American: Einstein - 100 anos da Relatividade Geral (Edição 161).

> Poesia pra encher a laje (Renan Inquérito): Livro com alguns poemas seguindo a temática concretista.