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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

COMO A LÂMPADA ELÉTRICA PROVOCOU UMA REVOLUÇÃO CIENTÍFICA E SE TORNOU UM PESADELO PARA ALBERT EINSTEIN

Jim Al-Khalili
Físico teórico, especial para a BBC

A lâmpada foi responsável pelo nascimento de uma das teorias mais importantes da ciência

Apesar das complexidades da vida diária, as regras do nosso universo parecem reconfortantemente simples: a água de um rio sempre flui montanha abaixo, a pedra que você joga das margens sempre cai seguindo a mesma curva previsível.

Mas quando os cientistas se debruçaram para pesquisar sobre os minúsculos blocos elementares da matéria, toda a certeza se dissipou: eles encontraram o estranho mundo da mecânica quântica.

Se olharmos profundamente tudo que nos cerca, encontramos um universo completamente diferente do nosso.

Parafraseando um dos fundadores da mecânica quântica, "o que chamamos de real é formado por coisas que não podemos considerar reais".

Há cerca de cem anos, vários dos maiores cientistas da história entraram nesse mundo estranho e descobriram que nesse reino diminuto os objetos podem estar em dois lugares ao mesmo tempo e que o destino é ditado pelo acaso - trata-se de uma dimensão na qual a realidade desafia o senso comum.

E eles então se depararam com uma possibilidade aterrorizante: a de que tudo que pensávamos e sabíamos sobre o mundo poderia estar completamente errado.

E a história de nossa caminhada ao delírio científico começou com um objeto muito improvável.


Berlim, 1890

Na Alemanha do século 19, várias empresas de engenharia compraram patente da lâmpada elétrica

A Alemanha era um novo país, recentemente unificado e ansioso pela industrialização.

Várias empresas de engenharia foram fundadas e foram gastos milhões na compra da patente europeia da nova invenção de Thomas Edison: a lâmpada elétrica, a epítome da tecnologia moderna e um grande símbolo otimista de progresso.

As companhias de engenharia sabiam que poderiam ganhar fortunas se encarregando de iluminar as ruas do novo império alemão.

O que não se conseguiu prever então foi que isso iniciaria uma revolução científica. Ainda que pareça estranho, esse simples objeto foi responsável pelo nascimento de uma das teorias mais importantes de toda a ciência: a mecânica quântica.


Como?

O foco de luz apresentava um problema estranho. Os engenheiros sabiam que se os filamentos esquentavam com a eletricidade, eles brilhavam. Mas não sabiam por quê.

Algo tão básico como a relação entre a temperatura do filamento e a cor da luz que produzia era um mistério total, que eles obviamente desejavam resolver.

Com a ajuda do Estado alemão, os pesquisadores teriam como viabilizar isso. Em 1887, o governo investiu milhões em um novo instituto de pesquisa técnica em Berlim, o Physikalisch-Technische Reichsanstalt, ou PTR.

Em 1900, contrataram um cientista brilhante, ainda que um pouco purista, para desenvolver pesquisas no local: Max Planck.

O trabalho de Max Planck em mecânica quântica lhe rendeu o Nobel de Física em 1918

Ele se propôs a resolver o problema aparentemente simples da mudança de cor do filamento com a temperatura.

Para fazer isso, Planck e sua equipe fizeram um tubo especial que podiam esquentar a temperaturas muito precisas junto com um dispositivo que media a cor ou a frequência da luz que produzia.

Na medida em que a temperatura aumentava, as cores mudavam: a 841°C, a luz era vermelha alaranjada. A 2000°C, mais brilhante e branca.

Foi então que comprovaram que, para chegar a essa tonalidade, precisavam de 40 quilowatts.

Mas algo chamou a atenção: aquela luz era mais que branca, era branca avermelhada, quase não tinha azul.

Com surgimento das lâmpadas, cientistas se perguntaram por que a luz emitida não era mais azul, como nas velas

Por que era tão difícil chegar ao azul? E mais adiante do azul no espectro, a chamada luz ultravioleta quase não se produz.

Nem sequer uma estrela como o Sol, que arde a 5000°C, produz tanta luz ultravioleta como se pode imaginar diante de sua temperatura.


A catástrofe e o efeito

Essa extraordinária falta de sentido deixou os cientistas do final do século 19 tão perplexos que eles a batizaram com um nome um tanto dramático: a catástrofe ultravioleta.

Planck então deu o primeiro passo para resolvê-la: encontrou um vínculo matemático preciso entre a cor e a luz, sua frequência e sua energia, ainda que não tenha compreendido a relação entre elas. Mas foi outra estranha anomalia que se tornou o pulo do gato para a descoberta.

No final do século 19, os cientistas estavam estudando as então recém-descobertas ondas de rádio e a maneira como faziam as transmissões.

Para tanto, construíram aparelhos com discos giratórios que podiam gerar alta voltagem, o que produzia faíscas entre as duas esferas de metal.

"Por que iluminar esferas feitas de metal faziam com que as faíscas fossem mais rápidas?", se perguntavam os cientistas

Ao fazer isso, eles descobriram algo inesperado relacionado à luz.

Se dirigiam uma luz poderosa para iluminar as esferas, as faíscas saíam com mais facilidade. Isso indicava que havia uma conexão misteriosa e inexplicável entre a luz e a eletricidade.

Mais que isso, a conexão era com a luz azul e ultravioleta, não com a vermelha.

Esse novo quebra-cabeça foi batizado de efeito fotoelétrico, que, com a catástrofe ultravioleta, se converteu em um sério problema para os físicos, pois ninguém podia resolver as questões mesmo com as técnicas mais avançadas da ciência da época.


Quantum

Por que a luz vermelha intensa não conseguia produzir o que a frágil ultravioleta alcançava em segundos?

Para resolver o problema, alguém teria que pensar o impensável - e em 1905, alguém fez exatamente isso.

E esse alguém foi Albert Einstein. O que ele sugeriu foi revolucionário.

Não foi pela Teoria da Relatividade que Einstein recebeu o Nobel, mas "especialmente por sua descoberta da lei do efeito fotoelétrico"

Ele argumentou que era preciso esquecer que a luz era uma onda e pensá-la como um fluxo de partículas. O termo que usou para denominar essas partículas de luz foi "quanto" - do latim quantum, que significa quantidade.

Apesar de a palavra ser nova, a ideia de que a luz poderia ser um quantum era mais que excêntrica. E foi justamente seguindo essa linha de raciocínio que Einstein chegou à sua conclusão lógica que acabou solucionando todos os problemas com a luz.


Grandes traços

De acordo com a proposta de Einstein, cada partícula de luz vermelha tem pouca energia porque sua frequência é baixa - o contrário do que ocorre com a luz ultravioleta.

Era por isso que, no efeito fotoelétrico, a ultravioleta era a que tinha forças para mudar o que ocorria com a eletricidade.

E era por isso que na catástrofe ultravioleta a lâmpada não brilhava com luz azul nem ultravioleta, pois isso requeria muito mais energia.

A luz ultravioleta iluminou a revolução na física

"Esse momento, no começo do século 20, marcou uma revolução genuína, pois demonstrou que a Física tinha que ser abordada de maneira completamente nova", diz o historiador da ciência e físico Graham Farmelo.

"Foi aí que a Física moderna realmente começou."


Um legado difícil de resolver

Foi assim que uma simples pergunta - "como funcionam as lâmpadas de luz?" - levou cientistas até as profundidades do funcionamento escondido da matéria, a explorar os componentes subatômicos do nosso mundo e a descobrir fenômenos até então inéditos.

Foi assim que se abriram as portas da física quântica.

Cientistas chegaram a propor teorias tão estranhas que um deles, o brilhante Neils Bohr, chegou a dizer que se alguém não se sentia confuso com a mecânica quântica era porque não a havia entendido.

E foi assim que ele e seus colegas que criaram a mecânica quântica - uma teoria maluca da luz que acolhe a contradição, não importando se é quase impossível de entender.

Uma ciência que argumentava coisas tão inusitadas como que não é possível saber onde está um elétron até que se consiga tirar suas medidas - e não apenas que não se sabe onde o elétron está, mas que ele está em todas as partes ao mesmo tempo.

Bohr e Einstein discutiram durante anos sobre a mecânica quântica

Mas Albert Einstein, que abriu as portas deste mundo, pouco depois se sentiu incomodado com o caminho que ele havia tomado.

Einstein odiava a ideia de que a natureza, no seu nível mais fundamental, estava governada pelo acaso. Tampouco gostava da ideia de que o saber tinha um limite.

Estava convencido de que tinha que haver uma teoria subjacente menor e até chegou a propô-la.

Durante anos Einstein e Bohr discutiram apaixonadamente sobre a mecânica quântica implicar na renúncia da realidade ou não. E morreram deixando essa interrogação.

EVENTO: ESPETÁCULO GRAJAÚ CONTA DANDARAS, GRAJAÚ CONTA ZUMBIS

Espetáculo importante para aprendermos um pouco mais da nossa história:


Partimos do território para poder escapar, poder ir além do que está posto, para dar outros entendimentos para nossas condições. Grajaú um território cheio de vida, pulsa calor, afetividade, vizinhança, favela, represa, pessoas, bares, igrejas, varais. Pulsa viela, escadões, becos, poesia, rap, grafite, capoeira, funk, samba... Mas também pulsa estruturas sólidas que nos condicionam o tempo todo. Pulsa machismo, racismo, homofobia, transfobia. Pulsa vidas, um emaranhado de gente, é tanta gente que os olhos da gente se perde na imensidão.

O espetáculo não toca na ferida ele é pus que escorre das feridas, ele é o sangue vermelho que desce as vielas, ele é o grito, o silêncio. Ele é o balanço gostoso do pagode na laje e a crueldade do menino preto estirado em uma poça de sangue.

Ele é uma tentativa de vivenciar juntos, artisticamente. Mas a arte atravessa a vida e a vida a arte, é uma linha frágil que por muito pouco se arrebenta. Ele não é a realidade do Grajaú, ele é uma das narrativas que o Grajaú pulsa.

Pra dar conta de tantas narrativas convidamos outros artistas do Grajaú para estarem com a gente nessa travessia. E topamos todos nós, nos jogarmos nos abismos, mas entendemos que juntos poderíamos dançar e voar.

Talvez esse espetáculo seja o último da Cia Humbalada, nessa trajetória de treze anos de luta, resistência, alegrias, abismos e muitas imensidões. Ele é um desenho de uma utopia, ele é o findar desse ciclo de treze anos. Do amanhã não sabemos muito se outros ciclos nascerão. Mas nos propomos agora a levantar voo, voar. Uma coisa entendemos, é que o Grajaú vai continuar e não pode mais seguir sangrando....

ESTREIA: 
14/10(Sexta) às 20hs

TEMPORADA: 14/10 a 03/12

HORÁRIOS :
Sextas às 20hs
Sábados às 21hs

ONDE: 
Galpão Cultural Humbalada (Av. Grande São Paulo, 282, Prox. a estação de Trem Grajaú)

RESERVAS: 
Serão reservados 30 lugares por apresentaçao pelo email: ciahumbaladadeteatro@gmail.com 

FAIXA ETÁRIA:
16 ANOS

VALOR
PAGUE QUANTO PUDER E SE PUDER

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

SOCIEDADE E TECNOLOGIA

Há pouco mais de três anos, escrevi este texto, um trabalho para a disciplina de Sociedade e Tecnologia do meu curso de ADS lá na FATEC Zona Sul:

TEMA: REFLEXÃO SOBRE O CONHECIMENTO FILOSÓFICO QUE CONSISTE EM LINHAS GERAIS DETERMINANTES NA CRÍTICA DA REALIDADE SOCIAL, CRÍTICA À TECNOLOGIA E AUTO-CRÍTICA AO FILOSOFAR

A tecnologia tem avançado muito ao longo dos anos, desde os primeiros inventos que possibilitaram à humanidade realizar diversas atividades com cada vez mais eficiência, até atualmente, onde ela possibilita que exploremos até mesmo outros planetas julgados inabitados do nosso sistema solar.

A tecnologia pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal da humanidade, um exemplo do uso da tecnologia e dos conhecimentos adquiridos por nós são os estudos da fissão nuclear, no qual possibilitou a (controversa) geração da energia nuclear nos países que não detêm recursos hidrológicos ou eólicos para uma geração que supra a sua necessidade energética. Mas em contra partida, estes estudos também foram direcionados para fins bélicos, com a construção da bomba atômica pelos americanos.

A tecnologia potencializou o processo de globalização, pois ampliou as formas de trocas de informações, e as relações sócio-político-econômicas e culturais entre os países.

Em minha opinião, o impacto da tecnologia, no que diz respeito às relações sócio-políticas, foi a mais revolucionária, temos assuntos bem abrangentes em relação à isto, podemos citar as redes sociais, como Facebook, Twitter, Google+, Skype, entre outros, como exemplo. A criação destas redes sociais possibilitou que pessoas de qualquer parte do mundo que tivessem uma conta na mesma rede social, pudessem se comunicar em tempo real, trocar arquivos, fotos, vídeos, etc. entre si. Porém, como citado no começo, tais redes sociais têm o seu lado desvantajoso, pois nelas, as informações pessoais têm que ser informadas para abrir uma conta, e isto possibilita que pessoas mal intencionadas possam se apoderar delas para fins criminosos, como o de invasão de privacidade.

Atualmente, as redes sociais têm tido bastante influência na busca do povo por uma real democracia para o seu país. Por meio delas, é possível trocar informações que o Estado oculta do povo, é possível também organizar manifestações para reinvidicarmos nossos direitos, como foi o que ocorreu na Primavera Árabe e nos protestos de junho que ocorreram recentemente no Brasil.

O assunto “tecnologia” é muito abrangente, pois ela está presente na maioria das atividades diárias do nosso cotidiano, mesmo não que percebamos, e influencia diretamente o modo como nos relacionamos com outras pessoas e com o mundo.

Eu, particularmente, gosto muito de Filosofia. Pois ela nos desperta um senso crítico, um desejo pelo conhecimento e nos ajuda a formarmos nossa opinião por meio da refutação de dogmas e do senso comum e vermos o mundo de outra forma. Pretendo me graduar em Filosofia futuramente, mesmo sabendo que não tem nada a ver com a área de tecnologia (que eu pretendo seguir carreira) e que não irá me prover riquezas materiais, mas o primordial para mim será o conhecimento que eu irei adquirir e irei disseminar para as outras pessoas.

LEANDRO KARNAL @ JÔ SOARES - 15/10/2015

Apesar de toda irreverência podemos aprender muitos assuntos sérios e profundos com grandes figuras como Leandro Karnal e Jô Soares. Destaque para a piadinha abaixo:

Um menino estava na calçada da igreja tentando acertar uma linha com um canivete. Sempre que errava soltava um grito:

- Porra, errei!

Até que um padre furioso sai e adverte o menino:

- Menino, para com isso. Fica falando palavrão na frente da igreja. De repente Deus escuta isso e manda um raio que te fulmina!

O menino não liga e continua:

- Ah, deixa de bobagem, padre... Porra, errei!

De repente, cai um raio que fulmina o padre. Em seguida, uma voz vinda do céu diz:

- Porra, errei! 

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

RODA VIVA: LEANDRO KARNAL - 04/07/16

Nos últimos dias, tenho assistido diversos vídeos com palestras e entrevistas com pensadores ilustres, como o Clóvis de Barros Filho e o Leandro Karnal. Tenho refletido e aprendido muito com as ideias levantadas por eles e recomendo que alguns vídeos - como este abaixo - sejam vistos.

Transmitido ao vivo em 4 de jul de 2016

No Roda Viva dessa segunda-feira, entrevistamos ao vivo o historiador Leandro Karnal. Ele falou sobre seu livro recém-lançado “Felicidade ou Morte” (coautoria de Clóvis de Barros Filho), que analisa, além de outros pontos, como cada época e sociedade definem o que é uma vida feliz. E também comentou problemas atuais, inclusive a intolerância e o radicalismo nas redes sociais, entre outros assuntos.

Bancada:

Mônica Manir – repórter especial do jornal O Estado de S.Paulo
Maria Fernanda Cândido – atriz
José Alves de Freitas Neto – professor do departamento de história da Unicamp
Ana Cristina Reis – editora e colunista do jornal O Globo
Bruno Meier – editor da coluna gente da revista Veja

segunda-feira, 24 de março de 2014

A POESIA MARGINAL

A poesia marginal é uma prática poética marcada pelo desenvolvimento artesanal, pela atitude faça-você-mesmo, e que foi criada por pessoas que queriam se expressar livremente em época de ditadura, buscando caminhos alternativos para distribuir poesia e revelar novas vozes poéticas.

É um movimento cultural fundado nos anos 70, cujos nomes mais marcantes desta época foram Ana Cristina César, Paulo Leminski, Ricardo Carvalho Duarte (Chacal), Francisco Alvim e Cacaso. As poesias eram distribuídas em livretos artesanais mimeografados e grampeados, ou somente dobrados.

Poetas e poetisas imprimiam no alcool do mimeógrafo as suas poesias originais, instigantes, carregados de coloquiedade, objetividade e subversão.

A poetisa Ana Cristina César além de escrever poemas também redigia para jornais, se suicidou aos 31 anos, em 1981. Cacaso faleceu em 1987, aos 43 anos, após uma parada cardíaca. Paulo Leminski, que adorava experimentar a linguagem dos poetas concretos, faleceu em 1989.

É importante enfatizar que não foi um movimento poético de características padronizadas, foi um momento de libertação dos termos e expressão livre num momento de repressão política nos fins da década de 60. A poesia foi levada para as ruas, praças e bares como alternativa de publicação, alternativa que estivesse longe do alvo da censura. Tudo era considerado suporte para a expressão e impressão das poesias, fosse um folheto, uma camiseta, xerox, apresentações em calçadas, etc.