Lembro que estava fazendo a divulgação
dele nos saraus e minha amiga Janaína pegou uma cópia, esta que foi acabar
parando nas mãos dele (depois dei outra cópia para ela). Algum tempo depois,
ele escreveu um breve texto no Facebook, apresentando o meu trabalho e tudo mais. Esta minha amiga viu e me marcou na publicação. Nasceu uma
amizade.
Assim como ele, que foi atrás
dos meus outros trabalhos - visto que é um fanático por zines - eu também
comecei a pesquisar sobre os seus trampos, e, devo admitir, fiquei maravilhado
com o seu conhecimento sobre a cena cultural underground.
O cara já teve contato com
milhares de zines, produziu uma série de documentários (a trilogia: Fanzineiros do Século Passado), promove oficinas, palestras e está sempre engajado em
projetos que visam levar o conhecimento sobre zines para o máximo de pessoas
possível. Além disso tudo, recentemente, adquiri um dos seus trampos, o livro O Universo Paralelo dos Zines, de uma qualidade gráfica e de conteúdo
grandiosíssimas.
Me identifiquei muito com as
histórias vividas por ele e com muitas das ideias e citações que preenchem as
páginas. Senti que, depois da leitura, eu deveria percorrer e discorrer sobre
alguns capítulos e tópicos, para complementar as ideias que tenho sobre ZINES,
e também para deixar os leitores com vontade de adquirir e ler a obra completa.
LIVRO: O UNIVERSO PARALELO DOS
ZINES
No decorrer da leitura,
percebe-se que o Márcio fez uma sondagem profunda no que se refere à cena
cultural underground, não só do Brasil, mas do mundo todo. A lista de
referências é bem vasta.
Das primeiras citações:
“Faça você mesmo, faça pra
entender, crie um mundo novo.” – Redson Pozzi
“People create zines to scream out “I exist”.” –
Stephen Duncombore
“Enquanto houver rebeldia, transgressão,
vontade de mudança, vontade de transformação, vai ter fanzineiro no mundo.” –
Elydio dos Santos
Na INTRODUÇÃO, além dele
explicar como foi o seu contato com os zines, há um parágrafo com uma citação
que eu muito me identifiquei, visto que as ideias abordadas nele foram a base
para eu começar a escrever zines e, posteriormente, lançar um LIVRO.
“Escreva um livro. Lance seu
próprio disco. Comece a sua rádio, faça seu show, fanzine, coletivo, banda,
loja, restaurante, selo, distribuidora... E faça com que o mundo conheça o que
você pensa. Pare de se queixar.” – Jim Filth
> ABZ – DICIONÁRIO DO ZINE:
Muito informativo! Há muitos
conceitos que eu não conhecia e muitos outros que sempre li e ouvi, mas não
sabia o significado.
> ESSE TAL DE ZINE – CONTEXTO
HISTÓRICO
“Zines são a antítese da grande
mídia.” – Stephen Duncombore
Capítulo muito importante para
entender o conceito de (fan)zine e as suas primeiras aparições no Brasil e
“around the world”.
> COMO QUE É O NEGÓCIO
Capítulo que explica algumas das
características do zine (valor, formato), das pessoas que o fazem (zineiros) e
onde fazem (underground). Ainda aborda algumas questões sobre o conteúdo,
vantagens e o porquê muitos zines acabam.
> VOLTANDO UM POUCO NO TEMPO
Os primórdios dos zines no mundo
e as suas temáticas (músicas, HQs etc). Vale ressaltar que, diferente de hoje,
que temos toda a informação numa página da internet, naquela época o esquema
era trocar - por correio - fitas cassete, CDs, zines, flyers - e afins - para
fazer a informação circular... Era a chamada “rede social analógica”.
> CENÁRIO ATUAL
Com a revolução tecnológica,
surgiram adventos como a internet e impressoras superpoderosas que otimizaram o
trabalho dos zineiros. Logo, neste capítulo, ele fala um pouco sobre isso e
sobre os caminhos seguidos pelos zineiros, pois cada um tem um gosto diferente
para confeccionar suas obras, podendo ser físicas e/ou virtuais.
> ZINE VISTO COM OUTROS OLHOS
Neste capítulo, aborda-se a
questão do zine como um meio de publicação que, apesar da simplicidade, faz
parte do processo de registro da nossa história, e devem ser tratados com maior
credibilidade, visto que poderão ser objetos de estudo para as gerações
posteriores. Por isso, é levantado um esquema para criação de zinetecas e
catalogação das obras - que tem seus prós e contras, devido a algumas
dificuldades.
Aqui também é levantado um
assunto muito lindo, o de usar o zine como ferramenta pedagógica. O que
pretendo fazer futuramente, quando surgir alguma oportunidade.
“É preciso por outro lado e,
sobretudo, que o educando vá assumindo o papel de sujeito da produção de sua
inteligência do mundo e não apenas o de recebedor da que lhe seja transferida
pelo professor.” – Paulo Freire
> COMEÇANDO A PRODUZIR
Além das técnicas que eu já
conhecia, aprendi muitas outras. Irei experimentá-las nas futuras edições do
meu zine.
Concluindo, a leitura deste
livro foi muito agregadora. Recomendo!
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