quinta-feira, 31 de julho de 2014

GRUPO DE RAP INDÍGENA DO MATO GROSSO DO SUL EXPÕE PROBLEMAS DA ALDEIA

Os integrantes do grupo de Rap MC Bros, da etnia Guarani Kaiowá

A pioneira banda de rap Bro Mc's formada por índios da etnia Guarani Kaiowá denuncia com combativas rimas em guarani e português os problemas da aldeia localizada em terras ameaçadas pelo desmatamento ilegal.

Quatro jovens nativos provenientes de um pequeno povoado próximo à cidade de Dourados, em Mato Grosso do Sul, começaram em 2008 a contar os conflitos cotidianos em uma região tomada pela poda ilegal que compromete a forma de vida ancestral.

A ideia surgiu para canalizar as reivindicações e os conflitos da comunidade nativa da maior reserva urbana do Brasil, segundo explicaram os integrantes à Agência Efe.

Há somente dez dias, por exemplo, um líder da mesma etnia, Ambrósio Vilhalva, de 52 anos, foi esfaqueado até a morte em uma região em conflito pela propriedade de terras.

Os rappers denunciam em suas letras o esquecimento, a perseguição e, inclusive, a repressão da cultura originária no Brasil e em boa parte da América do Sul.

A banda esteve em Assunção para participar do festival "Todos com sawhoyamaxa", organizado pela Anistia Internacional e pela ONG Tierraviva em solidariedade a um grupo indígena paraguaio expulso de suas terras por um criador de gado. Os índios aguardam o cumprimento da sentença internacional que obriga a devolução dos 14 mil hectares.

"Valorizamos nossa língua. Somos o único grupo indígena no Brasil que faz rap e mistura português com guarani", disse em português em entrevista à Efe Bruno, um dos integrantes do grupo.

Os espetáculos até agora acontecem em cidades grandes do Brasil e do Paraguai, onde o guarani é idioma oficial junto ao espanhol. Presente também em partes de Bolívia, Brasil e Argentina, o guarani é falado por mais de 90% dos paraguaios, de acordo com o último censo local.

Adany Muniz, outro integrante, explicou que o Mato Grosso "está dominado pela economia do agronegócio que rejeita e persegue" sua cultura.

"Existe muito conflito pela questão da terra e o preconceito contra o indígena. A sociedade não aceita nossa cultura e nossa identidade, então somos muito melhor recebidos em outros estados onde não há indígenas como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília", explicou.

Kelvin, outro componente, afirmou que a banda se transformou em "uma oportunidade muito grande para mostrar a capacidade da cultura indígena" e de sua língua.

"É muito importante que nós, indígenas, tenhamos um sonho e possamos ir atrás dele", acrescentou.

Clemerson, que junto com o irmão Bruno fundou a banda, destacou a surpresa que causaram na própria aldeia quando começaram a cantar rap.

Depois veio a gravação do clipe, que já tem mais de 100 mil acessos no YouTube e alguma repercussão na imprensa. A banda faz um rap diferente, misturando bases clássicas com instrumentos de origem guarani kaiowá e toques da musical brasileira.

"A música brasileira é muito rica, e buscamos colocar isso na nossa porque não representamos só uma etnia, mas sim um Brasil de muita diversidade e muitos ritmos", declarou Adany Muniz.

Os integrantes viajaram ao Paraguai aceitando somente o pagamento da passagem para colaborar com sua arte na causa de outra etnia indígena, e esperam continuar cantando para "imortalizar o guarani" e divulgar o conflito de sua terra. 


SOCRASTICKER #60

"A primeira condição para transformar a realidade consiste em conhecê-la". - Eduardo Galeano

MAFALDA N°458

quarta-feira, 30 de julho de 2014

DANIEL BRITO - LONGEVIDADE @ SARAU DO PROJETO CLAMARTE - 13/06/14

WHY WRITE ZINES?

Cataloging work has begun on Harvard College Library’s recently acquired 20,000-strong zines collection. Zines are non-commercial, non-professional and small-circulation publications that their creators produce, publish and either trade or sell themselves.

The 600 or so zine titles listed thus far are best described as an eclectic collection of material whose subject matter ranges from personal diaries on the day-to-day life of their authors (known as ‘perzines’) to politics (Anarchist, Socialist, Feminist etc.), religion, work, sex, travel, cooking, art, literature and fan commentary on sports, television and film, music, and science fiction.  Although their format varies greatly, most are printed or photocopied and stapled or fastened together, and the material is either the author’s own, or copied and pasted from another, usually unreferenced, source. Material is arranged on the page in any direction, color, shape and size the author sees fit.


In his book Notes from Underground: Zines and the Politics of Alternative Culture (1997), Stephen Duncombe traces the history of zines as a distinct medium in the United States from the 1930s when science fiction fans began producing ‘fanzines’ to share science fiction stories and reviews. Forty years later, in the mid-1970s, fans of punk rock music, which was ignored at the time by the mainstream music press, started printing fanzines about their music and cultural scene.



According to Duncombe, it was in the early 1980s that these two currents joined fans of other cultural genres, self-publishers and the remnants of printed political dissent from the sixties and seventies, and cross-fertilized through listing and reviews in network zines like Factsheet Five. By the early 1990s, the emphasis on ‘fan’ zines faded as the culture of zines plain and simple developed and flourished.

During my first two weeks of listing zines, I was interested in getting a sense of why someone would devote time, and often money, to producing, circulating and reading zines. As most zine authors reflect on the zine medium itself, and what participating in zine culture means for them, material was not in short supply. The excerpts below are just three examples from dozens of others on why authors, and in this case, young authors, write zines.


Fonte: http://blogs.law.harvard.edu/houghtonmodern/2014/06/16/why-write-zines/

SARAU DA COOPERIFA - 50 ANOS DE SÉRGIO VAZ @ BAR DO ZÉ BATIDÃO - 25/06/14

























SOCRASTICKER #59

"A tarefa mais importante de uma pessoa que vem ao mundo é criar algo." - Paulo Freire

MAFALDA N°453

segunda-feira, 28 de julho de 2014

MAMÃE, HOMENS TAMBÉM PODEM SER PROGRAMADORES?


Você sabia que o primeiro o primeiro grande computador, desenvolvido em 1943, foi programado por seis mulheres? É uma conquista feminina importante, mas que a história esqueceu. Décadas depois a programadora Kathy Kleiman tentou descobrir quem eram aquelas mulheres que apareciam nas fotos do ENIAC, lutou tanto por elas, pelo reconhecimento das verdadeiras mães do software moderno que agora Kathy prepara um documentário sobre essas verdadeiras “Divas”. E antes mesmo de ser lançado, o documentário já desperta interesse do publico. Durante uma pesquisa para o documentário, o filho de 4 anos de Kathy perguntou a mãe: “Mamãe, homens também podem ser programadores?”

Entenda o ENIAC 

Num mundo dominado por homens, seis mulheres aceitaram o desafio de fazer o “trabalho braçal” de operar um sistema de computador dos anos 40. Contratadas para trabalhar no ENIAC, uma máquina militar dos EUA, Kathleen McNulty Mauchly Antonelli, Jean Jennings Bartik, Frances Snyder Holberton, Marlyn Wescoff Meltzer, Frances Bilas Spence e Ruth Lichterman Teitelbaum foram pioneiras em várias frentes. Conheça história dessas moças que abriram várias portas para que as mulheres se aproximassem da tecnologia. 

O ENIAC (Electrical Numerical Integrator and Computer) criado pelos cienstistas norte-americados John Eckert e John Mauchly, da Electronic Control Company, em fevereiro de 1946, foi o primeiro computador digital completamente eletrônico da história a ser reconhecido – o Mark 1, da Universidade de Harvard (e programado pela Almirante Hopper) é dois anos mais velho, mas é eletromecânico. O funcionamento da máquina- que, aliás, era enorme: ocupava várias salas inteiras- era parecido com uma calculadora simples dos dias de hoje e exatamente por isso precisava ser operada manualmente para funcionar de modo correto.

O ENIAC era um projeto que inicialmente tinha o conceito de computar trajetórias balísticas para a II Guerra Mundial. Foi construída e criada por homens, isso é fato, mas o complexo sistema de programação foi criada por seis incríveis mulheres que precisaram esperar 40 anos para ganhar o devido reconhecimento do trabalho.

O brinquedinho dos dois cientistas americanos pesava mais de 30 toneladas, ocupava 167 m² e tinha capacidade de processamento de 5.000 operações por segundo, consumindo 200.000 watts de potencia e sendo operado na base dez e não em base binária. Logo, o ENIAC não possuía sistema operacional. As pressionadas faziam contato com o hardware que, por sua vez, necessitava de conexão com fios, relês e sequências de chaves para que se determinasse a tarefa a ser executada. Para se ter uma ideia do trabalho que era manusear a máquina, todo e qualquer processo deveria ser refeito para que outra tarefa fosse realizada, de modo completamente manual. A resposta era dada por uma sequência de lâmpadas. Porém, não é nada errado afirmar que essa máquina de programação arcaica influenciou diretamente no design futuros computadores. Além disso, para a época o ENIAC poderia ter sido um salva-vidas para muitos soldados. O trabalho de calcular a tabela de artilharia era feito em minutos com o computador. Muito diferente do trabalho com as calculadoras mecânicas que levavam horas para ser concluído. 

“Requer esforço físico, criatividade mental, espírito inovador, e um alto grau de paciência”, essa era a descrição do primeiro trabalho para programadores da história que chegou nas mãos de 80 mulheres que, à “pedidos” do Exército dos Estados Unidos foram trabalhar na universidade da Pensilvânia com o projeto inovador, o ENIAC. Em 1945, quando o governo enfim decidiu fazer um experimento com a máquina gigantesca chamou 6 “computadoras” à realizarem o trabalho. Essas eram Kathleen McNulty Mauchly Antonelli, Jean Jennings Bartik, Frances Snyder Holberton, Marlyn Wescoff Meltzer, Frances Bilas Spence and Ruth Lichterman Teitelbaum.

Foi graças a essas mulheres que o ENIAC tinha a perfeita habilidade de calcular em tão pouco tempo, com tanta precisão para atingir o seu objetivo nos cálculos exigidos. A velocidade chegava a ser mais rápida do que uma bala. E veja bem: o projeto ainda estava sob construção e todas elas não dispunham de ferramentas e tecnologias que temos em mãos hoje. Dessa forma, as “computadoras” não tiveram outra alternativa a não ser aprenderem sozinhas como operar a gigantesca máquina de Eckert e Mauchly a partir de seus diagramas de blocos lógicos e elétricos, também descobrindo como programá-la. Elas criaram suas próprias fluxogramas, folhas de programação, escreveram programas e os inseriu no ENIAC usando uma interface física desafiadora, que teve centenas de fios e interruptores.

Sem nenhum reconhecimento, elas ainda sofriam a injúria de receber a inscrição SP (sub profissional) em seus crachás e serem chamadas de “computadoras” (termo pejorativo escolhido pelo exército americano para separar as mulheres dos verdadeiros matemáticos). Mas foi em 1946 que os créditos das seis mulheres, e das outras 80, claro, ficaram oficialmente largados ao vento e esquecidos por anos a fio. Na cerimônia de apresentação ao público, o projeto ENIAC capturou a imaginação da imprensa e fez manchetes em todo o país. A máquina lendária e seus os engenheiros (todos homens) por trás dela tornaram-se inegavelmente famosos, sem sequer chegarem a mencionar a existência das mulheres “congeladas” nas fotos junto com o gigantesco ENIAC. 

Depois da Guerra, Ruth ensinou a geração seguinte de programadores do ENIAC à como mexer em seu complexo sistema, em Aberdeen no estado de Maryland. Frances Spence e Kathleen também continuaram na equipe do projeto depois da Guerra trabalhando para alguns dos matemáticos mais importantes do mundo. Kay se casou com o Dr. John Mauchly (sim, um dos criados do projeto ENIAC!).Já Jean Bartik trabalhou na equipe que converteu o ENIAC em uma máquina de programa de armazenamento, tornando-o mais rápido e fácil para programar problemas maiores e mais sofisticados. Não satisfeita, trabalhou com o projeto UNIVAC anos mais tarde para projetar um design lógico de um sistemas de backup e trabalhou também com microcomputadores. Betty Holberton se uniu a equipe dos criadores do ENIAC para trabalhar num dos primeiros computadores comerciais da história e serviu no comitê de designers da “linguagem COBOL”: trabalhando incansavelmente na área de computação por anos. Marlyn Meltzer, por sua vez, renunciou a equipe do projeto ENIAC em 1947 para se casar, e somente em 1997 foi introduzida na Women in Technology International Hall of Fame junto com as outras “computadoras”.

As seis programadoras responsáveis por incríveis evoluções na computação são exemplos de mulheres que, mesmo sob preconceito e ausência de reconhecimento durantes anos trabalharam a vida toda com aquilo que gostavam para transformar o computador cada vez mais fácil de usar e entender.

SOCRASTICKER #58

"Nada não é melhor ou pior do que qualquer coisa. Nada é apenas nada."

MAFALDA N°467

terça-feira, 22 de julho de 2014

INVICTUS: O POEMA QUE DEU FORÇAS À MANDELA DURANTE OS ANOS NA PRISÃO


Durante o tempo em que esteve na prisão de Robben Island, Nelson Mandela encontrou no poema "Invictus", a força necessária para continuar vivo e manter acessa a chama da luta contra a desigualdade.

Escrito pelo poeta inglês William Ernest Henley em 1875, o poema foi o grande companheiro de Mandela na pequena cela 4 da ala B de Robben Island. Condenado a trabalhos forçados, foi na na cadeia localizada em uma ilha a 11 quilômetros da Cidade do Cabo, que o líder da luta contra o apartheid passou passou 18 dos 27 anos que esteve preso. Mandela contou que, toda vez que fraquejava, lia e relia o poema para aplacar o sofrimento e buscar forças para seguir em frente.

INVICTUS

Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável

Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida

Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.

Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.

SOCRASTICKER #57

"Sou as minhas atitudes, os meus sentimentos, as minhas idéias... O que realmente faz valer a pena estar vivo, não há filmadora ou máquina fotográfica que registre... Surpresas, gargalhadas, lágrimas, enfim, o que eu sinto, quem eu sou, você só vai perceber quando olhar nos meus olhos, ou melhor, além deles..." - Clarice Lispector

SOCRASTICKER #56

Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero.
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida.

- William Ernest Henley (verso do poema Invictus)

MAFALDA N°442

domingo, 20 de julho de 2014

sexta-feira, 11 de julho de 2014

CONVITE À FILOSOFIA - MARILENA CHAUÍ

O livro com o qual iniciei meus estudos de Filosofia.

 

Introdução

[01] Para que Filosofia?


Unidade 1: A Filosofia

[02] Capitulo 1: A origem da Filosofia
[03] Capítulo 2: O nascimento da Filosofia
[04] Capítulo 3: Campos de investigação da Filosofia
[05] Capítulo 4: Principais períodos da história da Filosofia
[06] Capítulo 5: Aspectos da Filosofia contemporânea


Unidade 2: A razão

[07] Capítulo 1: A Razão
[08] Capítulo 2: A atividade racional
[09] Capítulo 3: A Razão: inata ou adquirida?
[10] Capítulo 4: Os problemas do inatismo e do empirismo
[11] Capítulo 5: A razão na Filosofia contemporânea


Unidade 3: A verdade

[12] Capítulo 1: Ignorância e verdade
[13] Capítulo 2: Buscando a verdade
[14] Capítulo 3: As concepções da verdade


Unidade 4: O conhecimento

[15] Capítulo 1: A preocupação com o conhecimento
[16] Capítulo 2: A percepção
[17] Capítulo 3: A memória
[18] Capítulo 4: A imaginação
[19] Capítulo 5: A linguagem
[20] Capítulo 6: O pensamento
[21] Capítulo 7: A consciência pode conhecer tudo?


Unidade 5: A lógica

[22] Capítulo 1: O nascimento da lógica
[23] Capítulo 2: Elementos de lógica
[24] Capítulo 3: A lógica após Aristóteles
[25] Capítulo 4: Lógica e Dialética


Unidade 6: A metafísica

[26] As indagações metafísicas
[27] Capítulo 1: O nascimento da metafísica
[28] Capítulo 2: A metafísica de Aristóteles
[29] Capítulo 3: As aventuras da metafísica
[30] Capítulo 4: A ontologia contemporânea


Unidade 7: As ciências

[31] Capítulo 1: A atitude científica
[32] Capítulo 2: A ciência na História
[33] Capítulo 3: As ciências da Natureza
[34] Capítulo 4: As ciências humanas
[35] Capítulo 5: O ideal científico e a razão instrumental


Unidade 8: O mundo da prática

[36] Capítulo 1: A cultura
[37] Capítulo 2: A experiência do sagrado e a instituição da religião
[38] Capítulo 3: O universo das artes
[39] Capítulo 4: A existência ética
[40] Capítulo 5: A filosofia moral
[41] Capítulo 6: A liberdade
[42] Capítulo 7: A vida política
[43] Capítulo 8: As filosofias políticas 1
[44] Capítulo 9: As filosofias políticas 2
[45] Capítulo 10: A política contra a servidão voluntária
[46] Capítulo 11: A questão democrática