O termo “neuróbica” foi criado pelo neurocientista Larry Katz e, como se trata do cérebro, tem como princípio a velha máxima “use-o ou perca-o”. Ou seja, quanto mais ativas, as diferentes áreas do cérebro e suas conexões ficam mais fortes e saudáveis. É uma prática que, além de estimular os sentidos por meio de certas atividades, fazendo com que prestemos mais atenção nas nossas ações, consiste também na resolução de exercícios de raciocínio lógico ou qualquer outro que desenvolva a nossa memória e capacidade cognitiva.
Katz explica que o declínio das funções mentais pode não resultar da morte de células nervosas - o que ocorre, inevitavelmente, com a idade -, mas sim da redução do número de conexões entre elas. Os exercícios, portanto, servem para estimular a formação de sinapses - regiões dos neurônios responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos entre as células. Além disso, estudos indicam que a constante manutenção do cérebro, desde a mais tenra idade, podem ser excelentes formas de se prevenir contra doenças como Alzheimer e demência.
Teorias (polêmicas) como a das Inteligências Múltiplas, do psicólogo Howard Gardner, levantam a ideia de que os clássicos testes para medir o QI (Quociente de Inteligência) de uma pessoa, se tornaram obsoletos, pois, segundo ele, mesmo que tal pessoa não obtenha uma alta pontuação, ela pode ser extremamente criativa no campo das artes visuais, por exemplo. Ou seja, pessoas podem ter uma predisposição para desenvolver outras das inteligências abordadas por sua teoria. São elas: lógica, linguística, corporal-cinestésica, naturalista, intrapessoal, interpessoal, existencial, musical e pictórico-espacial.
Portanto, visando sempre aprimorar a minha mente e a minha criatividade, sempre que possível, resolvo os desafios das revistas da Coquetel e também de livros com temas relacionados. Testes com letras e palavras (caça-palavras, palavras-cruzadas, caça-resposta, criptocruzada, criptograma, cruzadox, dominox, duplex e torto) são excelentes para trabalhar a memória e desenvolver o vocabulário - até despertam uma inspiração poética muitas vezes. Testes com números (dominox e sudoku) são muito bons para trabalhar o raciocínio lógico. Testes com figuras e formas (jogo dos 7 erros) são ótimos para desenvolver a percepção visual.
Por isso, sempre que acho algum livro ou teste interessante e desafiador, gosto de compartilhá-lo com as pessoas para que elas quebrem a cabeça e tentem desvendá-lo também. Penso que, pelo fato de eu ser um grande apreciador desse tipo de atividade, meus poemas concretos e visuais tendem a se tornar verdadeiros testes mentais. Mas não só isso, pois sempre tento colocar um pouco de subjetividade e sentimento dentro de toda essa lógica.
